Fato ou mito: tubarões “congelam” para se proteger de predadores

Estudo explica comportamento de congelamento de tubarões e raias, que ficam imóveis de cabeça para baixo no mar
tubarões congelamento
Imagem: Rachel Moore

Animais como gambás, coelhos, lagartos e cobras usam a “imobilidade tônica”, ou congelamento, para se salvar de predadores. Mas um estudo recente investigou esse comportamento em espécies como tubarões, raias e parentes.

Como é o “congelamento” de tubarões

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Em geral, acredita-se que esse “congelamento” seja uma forma de defesa contra predadores. Porém, não há evidências que confirmem isso entre os tubarões.

Supostamente, a imobilidade nesse grupo ocorre quando o animal é virado de cabeça para baixo. Então, ele para de se mexer, seus músculos relaxam e ele entra em transe.

Cientistas, aliás, usam essa técnica para lidar com alguns tubarões com segurança. Entretanto, um teste com 13 espécies de tubarões, raias e uma quimera descobriu que, ao virá-los para baixo, apenas sete espécies paralisaram.

Considerando ferramentas evolutivas de centenas de milhões de anos, três hipóteses poderiam explicar a imobilidade em tubarões. A primeira é a estratégia de sobrevivência de se fingir de morto; a segunda é facilitar a reprodução, já que alguns machos invertem as fêmeas no acasalamento; e a terceira, desligamento por sobrecarga sensorial devido a estímulos extremos.

No entanto, os resultados do estudo não sustentaram nenhuma dessas explicações. Primeiramente, porque predadores como orcas poderiam usar o congelamento para imobilizar as presas, removendo seus fígados. Além disso, a imobilidade tônica não difere entre sexos, e ficar imóvel torna as fêmeas mais vulneráveis ao acasalamento forçado. Já a possível sobrecarga não foi testada.

Mas então, o que causaria o congelamento?

De acordo com a pesquisa, o comportamento provavelmente se trata de uma relíquia da evolução, ou seja, uma característica ancestral que sobreviveu em algumas espécies. Os pesquisadores também descobriram que alguns grupos perderam essa capacidade independentemente pelo menos cinco vezes.

Isso porque “congelar” pode representar perigo no fundo do mar, onde os animais podem se prender em fendas estreitas, por exemplo. Ou seja, isso significa que perder esse comportamento pode ser benéfico em alguns casos.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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