Como um grande título ganho com muito sangue suor no campo, o salto de Felix Baumgartner da estratosfera, a mais de 38 km da superfície terrestre, foi difícil. Surgiram problemas inesperados, atrasou, mas no fim das contas deu tudo certo. Temos três novos recordes mundiais aqui, pessoal!
A subida levou pouco mais de duas horas. O balão que levou Felix à estratosfera, maior que a Estátua da Liberdade quando totalmente cheio, saiu do solo às 12h30 (horário de Brasília). A subida foi tranquila, com pressão constante e temperatura oscilando entre 11º e 14º C — lá em cima, do lado de fora ela chegou a -70º C. Na metade do trajeto, um problema: o sistema de aquecimento do traje não estava funcionando. A luz indicava que ele estava ok, mas Felix não sentia o calor esperado. No fim das contas, porém, o problema foi contornado e o salto, confirmado.
O lado de fora, no momento do salto, era tão rarefeito que era quase como se fosse o vácuo. Isso significou resistência quase nula, o que permitiu a Felix atingir velocidades insanas, porém a um custo: descontrole absoluto e muitas piruetas. Foram ~5 minutos em queda livre, período dentro do qual ele chegou a 1173 km/h, suficiente para estabelecer o novo recorde! Ainda não se sabe se ele quebrou a barreira do som — Como o leitor RuivoXis apontou, nos comentários, fatores como temperatura e altitude influenciam a velocidade do som. A última informação que temos é que ainda estão analisando se, dentro das condições em que se encontrava, Felix conseguiu também esse feito. Os dados oficiais apontam que Felix chegou a 1.342 km/h quebrando, portanto, a barreira do som. O que ele sentiu? Nada. Com a palavra, o próprio explica:
“Você não sente o ar — é como nadar sem tocar a água. (…) É difícil descrever [a sensação de quebrar a barreira do som] porque eu não sentia nada, pois estava em um traje pressurizado. Se você quiser julgar velocidade, precisa de pontos de referência, ou da sua roupa se mexendo com o vento, e eu não tinha nenhum desses pontos.”
Passado o período inicial em queda livre, ele teve mais 10 minutos apreciando a vista de para-quedas e, por fim, o solo — e a glória.
O momento do salto:
O para-quedas se abriu conforme o esperado e o pouso, igualmente.
Com 42 anos, Felix queria quebrar quatro recordes: voo tripulado de balão mais alto da história, a queda livre de maior altitude, e as maiores velocidade e duração registradas numa queda livre. Conseguiu todos, com exceção do de mais tempo em queda livre — faltaram 16 segundos. De qualquer forma, admire-se: você viu a história sendo escrita.