Nova ferramenta online é capaz de prever se você terá pedra nos rins novamente

Calculadora está disponível também como aplicativo para smartphones iOS e Android e tem um índice relativamente bom de precisão

Lidar com cálculos renais pode ser uma das experiências mais dolorosas e estressantes da vida, basta ouvir qualquer pessoa que tenha sofrido com isso. Essa aflição é ainda maior quando é um problema recorrente. Mas pesquisadores da Mayo Clinic podem ter encontrado uma maneira de atenuar isso um pouco. Eles desenvolveram uma calculadora publicamente disponível que, segundo afirmam, é capaz de rapidamente prever suas chances de ter mais pedras nos rins após o seu primeiro episódio.

Os cálculos renais são basicamente tufos de certos resíduos que, por uma razão ou outra, começam a se acumular no rim e, por fim, tentam sair do corpo através do trato urinário. Se a pedra é pequena o suficiente, talvez você consiga passá-la sem aviso prévio, mas uma pedra maior pode ficar presa no trato, causando dor imensa, sangue na urina e outros sintomas desagradáveis até que ela tenha passado. Pessoas que têm pedra nos rins são mais propensas a enfrentar o problema novamente, mas nem sempre é claro por que isso acontece ou o quão provável a recorrência é para uma determinada pessoa.

A calculadora criada pelos pesquisadores se chama Recurrence Of Kidney Stone (ROKS), ou “Recorrência de Pedra Nos Rins”. Ela foi inicialmente desenvolvida e lançada ao público pela Mayo Clinic em 2014, tanto como uma ferramenta online quanto como um app para smartphones. Porém, a versão original só era capaz de prever a probabilidade de alguém ter uma segunda pedra no rim depois de seu primeiro incidente.

Entretanto, em um novo estudo publicado neste mês no periódico Mayo Clinic Proceedings, os pesquisadores detalharam a criação de uma ROKS atualizada. Essa versão deve ser capaz de prever mais episódios que necessitem de cuidado médico, independentemente de quantas pedras alguém já tenha tido.

O modelo foi atualizado com a ajuda de dados de mais de três mil pacientes com cálculos renais pela primeira vez, vistos na Mayo Clinic entre 1987 e 2014. Esses pacientes haviam participado do Projeto de Epidemiologia de Rochester, feito anteriormente e que havia acompanhado os registros médicos de quase todos os moradores do Condado de Olmsted, no Minnesota, onde a Mayo Clinic foi fundada e ainda permanece.

Juntos, esses pacientes somavam menos de cinco mil episódios de pedras nos rins, com alguns mais azarados chegando a terem tido oito ou mais recorrências. Com base no histórico médico desses pacientes, os autores conseguiram isolar mais de uma dúzia de fatores de risco para uma repetição de episódio de cálculo renal. Esses fatores incluíam ser mais jovem, homem, mais pesado, grávida, além do tipo de pedras nos rins que o indivíduo teve anteriormente (pedras de cálcio são as mais comuns, mas existem quatro tipos principais).

“Cada um dos fatores de risco que identificamos está no modelo, que então calcula uma estimativa do risco de ter outra pedra nos rins nos próximos cinco ou dez anos”, disse um dos autores do estudo John Lieske, especialista em rins da Mayo Clinic, em um comunicado.

Pesquisas anteriores, não só da Mayo Clinic, descobriram que pedras nos rins se tornaram mais comuns nos Estados Unidos nas últimas décadas. E embora não tenhamos certeza das razões por trás desse aumento, suspeita-se bastante que as dietas ricas em sal, gordura e açúcar tenham contribuído para isso, assim como a maior incidência de diabetes tipo 2 e de obesidade. Atualmente, acredita-se que um em cada dez americanos terá pedra nos rins na vida.

Lieske e sua equipe esperam que a calculadora ROKS possa ser usada para outros estudos de cálculos renais, como os que testam tratamentos preventivos em pessoas com tendência a desenvolver pedras nos rins. No momento, no entanto, a ferramenta é apenas razoavelmente precisa em suas previsões. Ela tirou 0,681 em um índice que mede a previsibilidade de um modelo, com 0,5 indicando pura sorte e 1,0 indicando uma capacidade perfeita de prever o futuro (uma pontuação de 0,7 é considerada boa para qualquer modelo). Os poderes de previsão do aplicativo também precisarão ser testados em diferentes populações fora do Condado de Olmsted.

Ainda assim, provavelmente vale dar uma olhada se você tiver tido pedra nos rins e for curioso. Na pior das hipóteses, a ferramenta pode te convencer a falar com o seu médico sobre “adotar medidas de dieta e/ou começar regimes de medicamentos para prevenir contra futuros ataques”, afirmou Lieske.

Você pode encontrar a ferramenta online da ROKS aqui, com links para o app para iOS e Android também disponíveis.

[Mayo Clinic Proceedings via Mayo Clinic]

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