Fósseis de dinossauros revelam pistas sobre origens do câncer, diz estudo

Proteínas e biomarcadores podem revelar informações sobre doenças, como o câncer, que afetaram criaturas pré-históricas, como os dinossauros
Ilustração: Divulgação/Arte/Guilherme Gehr

Um novo estudo na revista Biology revelou que fósseis de dinossauros antigos podem ajudar na pesquisa sobre a evolução do câncer. E também de outras doenças. Pesquisadores ingleses usaram técnicas de ponta, relativamente subutilizadas, a fim de desvendar detalhes dos restos de dinossauros.

Como estudar dinossauros ajuda aconhecer mais o câncer

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Estudando um Telmatosaurus transsylvanicus com microscopia eletrônica de varredura de alta resolução,  a equipe encontrou estruturas semelhantes a glóbulos vermelhos. O dinossauro herbívoro com bico de pato, conhecido como “lagarto do pântano”, viveu na atual Romênia entre 66 e 70 milhões de anos atrás.

As descobertas levantam a possibilidade de que tecidos moles e componentes celulares sejam mais comumente preservados em vestígios antigos do que se imaginava.

Ao identificar proteínas e biomarcadores preservados, os cientistas acreditam poder obter insights sobre doenças que afetaram criaturas pré-históricas, incluindo o câncer. A expectativa é de que isso influencie tratamentos futuros para humanos.

Anteriormente, outro estudo já identificou evidências de câncer no Telmatosaurus transsylvanicus, indicando suas profundas raízes evolutivas, de acordo com o SciTechDaily.

Os autores destacam a necessidade de priorizar a coleta e a preservação de tecidos moles fossilizados, em vez de apenas esqueletos de dinossauros. Isso porque avanços futuros em técnicas moleculares permitirão mais insights sobre a evolução das doenças.

Para o autor sênior Justin Stebbing, professor de Ciências Biomédicas da Universidade Anglia Ruskin, “os dinossauros, como organismos grandes e longevos, apresentam um caso convincente para investigar como as espécies gerenciaram a suscetibilidade e a resistência ao câncer ao longo de milhões de anos”.

As proteínas, sobretudo de tecidos calcificados como os ossos, são mais estáveis ​​que o DNA e menos suscetíveis à degradação e contaminação. Por isso, são ideais para o estudo de doenças antigas em espécimes paleontológicos.

“Ao contrário das estruturas esqueléticas, os tecidos moles contêm proteínas que fornecem informações moleculares que podem revelar os mecanismos biológicos subjacentes à doença”, completou ele.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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