[Frankenreview] Samsung Galaxy S III

Pelo menos um título o Galaxy S III já tem: o de smartphone Android mais aguardado de todos os tempos. Os sucessos das versões anteriores e a máquina de marketing da Samsung criaram uma expectativa gigantesca para a terceira iteração do Galaxy S, a linha criada para ser referencial no universo Android. Já disponível lá […]

Pelo menos um título o Galaxy S III já tem: o de smartphone Android mais aguardado de todos os tempos. Os sucessos das versões anteriores e a máquina de marketing da Samsung criaram uma expectativa gigantesca para a terceira iteração do Galaxy S, a linha criada para ser referencial no universo Android. Já disponível lá fora, as análises de sites internacionais já foram publicadas. Como o Galaxy S III se saiu nelas? Vamos descobrir em mais um frankenreview.

Design

Certas coisas não mudam e, dentre elas, o uso indiscriminado de plástico na construção dos Galaxies é uma delas. O S III é feito, a exemplo dos seus predecessores, de muito plástico. Se por um lado isso passa a sensação de produto barato, por outro garante robustez ante os acidentes a que todo smartphone está sujeito. Vlad Savov, do Verge, diz:

“À parte ser um pouco prejudicado visualmente, o Galaxy S III passa a sensação de ser um dispositivo muito bem construído. Ele é fino, leve e com o formato exato para tornar o ato de manuseá-lo um prazer. Ainda que eu prefira o visual mais reto do HTC One X, o Galaxy S III é mais gentil e amigável na mão. Talvez possamos finalmente acusar uma fabricante de celulares de subjugar o formato às necessidades de ser funcional.”

Outro aspecto que chama a atenção é o formato, mais arredondado, bem diferente do aspecto quadradão do S II. Além de diferente, ele parece ser melhor para as mãos. Jessica Dolcourt, do Cnet:

“O design também é acessível, com a tela Super AMOLED HD de 4,8″ (1280×720 pixels) ganhando destaque. A Samsung faz isso de propósito, para fazer o dispositivo ser o mais atraente possível, e acho que é uma boa estratégia.”

Botão físico do S III.

Diferente do seu rival principal Android, o One X, da HTC, o Galaxy S III não se livrou do botão físico central. A escolha é meio controversa, uns gostam dele para ter um ponto de orientação tátil na hora de pegar o aparelho, outros o acham meio desnecessário dado o tamanho do aparelho e a consequente dificuldade em alcançá-lo com uma mão só, caso de Ray S., do PhoneArena:

“Devido a um grande aumento no tamanho da tela, as dimensões gerais do smartphone não são muito maiores que as do seu antecessor. O Galaxy S III está definitivamente no lado dos volumosos, o que o torna extremamente difícil de operar se você tiver que usá-lo com apenas uma mão. (…) De qualquer forma, o Galaxy S III não é tão maior que o resto dos modelos da sua categoria, então ser grandalhão é quase um padrão.”

No Engadget, Sharif Sakr esclarece um ponto importante:

“Ele passa a sensação de ser um celular, não um foblet, e quando você se acostuma com a ideia do que ganha em troca — uma grande e incrível tela, por exemplo — as dimensões levemente GG não parecem tão comprometedoras.”

Tela

Não se engane: é uma Super AMOLED HD. A falta do “Plus” no meio dessa sopa de palavras de impacto significa que a matriz é PenTile, ou seja, a tela usa um conjunto de subpixels RGBG. Mas se em outros modelos como o Nokia N9 tal solução traz problemas reais de uso, esse não parece ser o caso no S III. No Engadget:

“O tamanho extra na tela também tem outro propósito bastante útil: ele ajuda a diminuir o efeito da estranha tecnologia PenTile que a Samsung usa em seus smartphones AMOLED atualmente. (…) Comparada à tela PenTile do Lumia 800, por exemplo, que além de menor tem uma resolução mais baixa, a do GS III é infinitamente melhor de se ver, ao ponto onde de a palavra ‘PenTile’ ser totalmente esquecida após alguns dias de adequação.”

Há inclusive uma foto bem aproximada comparando as telas das três encarnações do Galaxy S (lembrando que a do primeiro também era PenTile):

Família Galaxy S no microscópio.

Apesar disso, outros efeitos colaterais ruins advindos do PenTil permanecem, como nos lembra o Verge:

“[A tela] do One X da HTC é o paradigma que demonstra isso — oferecendo clareza, equilíbrio de cores e ângulos de visão sem iguais. Em outros aspectos, o Galaxy S III está uma ou duas cabeças atrás do One X: sua tela tem o tom azulado característico de telas AMOLED, que tende a piorar na medida em que se olha para ela lateralmente.”

Câmera

Uma nova rainha entre os smartphones? Parece que sim — embora a competição vinda da Finlândia seja acirrada. No PhoneArena:

“O Galaxy S II esteve entre as melhores câmeras de smartphones nos últimos 12 meses. Com a nova câmera de 8 MP do Galaxy S III, é mais que natural esperar algo similar ou melhor em termos de desempenho. De fato, a fabricante trouxe um monte de melhorias à tecnologia da câmera. Em primeiro lugar, o sensor agora tem iluminação traseira (BSI, ou back-side illuminated), permitindo a passagem de mais luz na hora de tirar fotos. Há também o modo Burst/Melhor foto (também disponível na linha One, da HTC), que tira até 20 fotos em rápida sequência e então escolhe a melhor dentre todas elas. Isso tudo é possível graças ao atraso zero no disparo, o que significa que leva menos de um segundo para o smartphone focar automaticamente. O recurso foi apresentado pelo ICS, não pela Samsung, mas de qualquer forma é muito bom ver a fabricante fazer proveito dele.”

 

A qualidade das imagens capturadas foi bastante enaltecida, mas não sem pequenos contras. No Verge, o foco automático foi acusado de, vez ou outra, “errar” o objeto a focar. Em algumas situações o branco também ficou um pouco estourado — Vlad cita fotos do céu onde tudo fica branco, em vez de aparecer o céu azul e as nuvens (e apenas elas) brancas. Algo que talvez seja amenizado com o modo HDR, mas esse também não é lá tão preciso sempre.

Na hora dos vídeos, a mesma qualidade das fotos pode ser observada, mas com um contra bem chatinho: foco automático meio… inquieto. O que pode ser bom, como definiu o Engadget (“o foco automático durante gravações foi um dos melhores que já vi em qualquer smartphone”), ou algo bem ruim, como foi para o Verge (“ele vai e volta de uma forma bem irritante mesmo quando não há muitas coisas se movimentando de modo desafiador no visor”). O TechRadar concorda com a segunda opinião e ressalta que, nas vastas opções do app de câmera exclusivo da Samsung, dá para desativar o foco automático furante as gravações.

Android e TouchWiz

Parte polêmica em qualquer análise de Android, a TouchWiz, em nova versão “Nature UX”, traz diversos refinamentos, diferenças e acréscimos ao Ice Cream Sandwich. Bons? Ruins? Parece que entre perdas e ganhos, ficamos na média. Uns, como o Engadget, não gostaram:

“É compreensível que a Samsung queira deixar a sua marca no Android e diferenciar-se dos concorrentes, mas ela precisava bagunçar tanto o Android 4.0 no processo? Quando você olha o tanto de esforço que o Google colocou para melhorar o sistema, é na real imperdoável para a Samsung vir e colocar uma skin que o faz parecer bastante o antigo Android 2.3.”

Outros, como o PhoneArena, gostaram:

“No geral, a TouchWiz Nature UX é um passo evolucionário na direção correta para a TouchWiz. Ela redefine alguns elementos da interface, fazendo-a parecer mais natural e polida. Esta é a primeira versão da TouchWiz que não substituiríamos por algo mais parecido com a ROM stock.”

Mesmo caso do Verge:

“A TouchWiz, especialmente em sua última iteração, é a única skin OEM do Android que eu sinto que conseguiria usar por um longo tempo. (…) Eu não a descreveria como bonita ou particularmente eficiente, mas várias das mudanças são, de fato, para melhor.”

TouchWiz Nature UX.

E além da mexida no ICS, ainda temos os vários e vários apps e firulas exclusivas: S Beam, S Voice (na média, parecido com a Siri, ou seja, ainda longe do ideal), Smart Stay, Social Tag etc. Uma das alterações pouco faladas, mas das mais esquisitas, é a troca do app de calendário/agenda do Google pelo S Planner, da Samsung. Disso ninguém gostou.

Desempenho e bateria

O Galaxy S III é o smartphone mais rápido do momento. O Exynos 4 Quad ganhou de todos os concorrentes, incluindo o Tegra 3, da NVIDIA (e que equipa o One X) e o Snapdragon S4, da Qualcomm (que equipa o One S e a versão norte-americana do One X). Abaixo, quadros de notas em vários benchmarks do Verge e Engadget:

Benchmarks do Verge.

Benchmarks do Engadget.

A capacidade da bateria do S III (2100 mAh) só perde para dois outros smartphones: Galaxy Note (2500 mAh) e Droid RAZR MAXX (3300 mAh). Mas a que pese contra, o último modelo da Samsung tem coisas mais pesadas para lidar, como tela HD e processador quad-core.

Mesmo assim, ela impressionou positivamente. Nos testes padrões do PhoneArena, a bateria chegou ao fim com 84% da carga; a título comparativo, sob as mesmas condições a do One X chegou a 60% e a do iPhone 4S, a 74%. O Engadget diz ter conseguido passar um dia de uso acima do moderado sem sufoco; no The Verge, conseguiram 7h de uso intenso (rodando benchmarks, tirando mais de uma centena de fotos com GPS habilitado, fazendo vídeos em Full HD e outras atividades mais convencionais).

Ainda não é a bateria milagrosa que acabará com o ritual de recarregar o smartphone todo dia antes de dormir, mas pelo menos não é uma decepção e dispensa recargas no meio do dia. O GSMArena conduziu um teste bem completo de bateria com o Galaxy S III; vale a pena dar uma olhada.

Resultado dos testes de bateria do GSMArena.

Conclusão

The Verge:

“Dito isso, o Galaxy S III é um triunfo tecnológico. Não à primeira vista, talvez, mas a Samsung fez a maior parte das coisas corretamente. A Câmera é facilmente a melhor que já usei em um Android, o processador reclama o título de campeão dos benchmarks e a camada de personalização em cima do ICS é, na maior parte do tempo, pouco obstrusiva e até útil às vezes.”

Engadget:

“A melhor coisa sobre o Galaxy S III? Ele é mais do que a soma de suas partes. Individualmente, a levemente maior e melhor tela, o processador poderoso e a câmera mais rápida talvez não soem especiais, mas no dia-a-dia eles marcam muitos pontos juntos: pegar todos os pontos altos do Galaxy S II e trabalhá-los em um dispositivo sólido e moderno (leia-se de meados de 2012).

A pior parte sobre o Galaxy S III? Não importa o quanto ele tente, ele não consegue ser melhor que a soma das partes do One X da HTC.”

O Engadget gostou mais do One X e diz que, no geral, ele representa mais para o Android como um todo e que a única coisa da qual um usuário do modelo da HTC sentirá falta é do slot para cartão microSD.

Galaxy S III.

PhoneArena:

“O Galaxy S III é um smartphone espetacular. Uma grande parte do que o torna espetacular são as suas incríveis especificações. Embora elas sejam facilmente rivalizadas por competidores poderosos como o HTC One X, o Galaxy S III brilha mais, graças à experiência de uso superior.”

Cnet:

“Até o momento, acho que ele é um válido e bem-vindo upgrade ao Galaxy S II em todos os aspectos. Ele parece e passa uma sensação boa, tem especificações e apps que fazem com que ele não pareça uma atualização simplória e o processador quad-core fará estragos quando chegar aos EUA.”

Dia 5 de junho o Galaxy S III será apresentado oficialmente no Brasil e que, assim que ele estiver disponível, teremos o nosso review, completíssimo e recheado de fotos e vídeos. Enquanto isso, leia os gringos nos links ao lado. [The Verge, Engadget, Cnet, PhoneArena, TechRadar]

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