Leitor biométrico do Detran foi burlado com dedos de silicone. Como evitar essa fraude?

A Corregedoria do Detran e a Polícia Civil descobriram (mais um) esquema de fraudes no sistema biométrico, usado para conferir se o aluno compareceu às aulas teóricas e práticas obrigatórias para a obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação). O estudante é obrigado a passar sua digital numa leitora na entrada e na saída de […]

A Corregedoria do Detran e a Polícia Civil descobriram (mais um) esquema de fraudes no sistema biométrico, usado para conferir se o aluno compareceu às aulas teóricas e práticas obrigatórias para a obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

O estudante é obrigado a passar sua digital numa leitora na entrada e na saída de cada aula. Para conseguir a habilitação, são necessárias 45 horas de aulas teóricas e 20 horas de aulas práticas. O sistema também é usado antes de provas.

De acordo com o Terra, duas autoescolas das zonas sul e sudeste de São Paulo cobravam R$ 3 mil para os alunos não terem que comparecer às aulas. A biometria era burlada por dedos de silicone com as digitais dos clientes. Cerca de 800 pontas de dedos foram encontradas em estojos com nome e dados pessoais de cada um dos clientes — sim, eles terão problemas também.

Não é a primeira vez que isso acontece. Em 2010, 2011 e 2012, casos muito semelhantes foram descobertos, o que deixa bem claro que é fácil enganar o sistema biométrico de digitais: em todos eles, o esquema era o mesmo e usava moldes de silicone para reproduzir as digitais dos alunos.

Claro, ele não é o único sistema que pode ser usado. A Universidad Carlos III de Madrid, por exemplo, tem um grupo que pesquisa sistemas de identificação biométrica e formas de fraudá-los, bem como maneiras para previnir e identificar fraudes. Eles apontam que o reconhecimento de retina é um dos sistemas de menor ocorrência de “rejeições falsas” (quando o sistema não reconhece a pessoa mesmo sendo a pessoa correta), além de ter praticamente zero de “aceitações falsas” (quando o sistema admite uma fraude).

Outra opção é o sistema de reconhecimento vascular, que já é usado em caixas eletrônicos e mapeia as veias do pulso através de infravermelho, com uma taxa de acerto de 99% em apenas dois segundos.

No entanto, há um problema: o preço. De acordo com o grupo de estudos, um sistema de reconhecimento de íris custa a partir de 800 euros. Já o de reconhecimento vascular fica em 150 euros. O reconhecimento de digitais fica em módicos 50 euros, um valor bem mais viável. Pelo jeito, dedos de silicone ainda vão aparecer por algum tempo nos noticiários. [Estadão – Terra – G1 – UC3M; valeu, Fernando!]

Imagem por Fotosenmeer/Shutterstock

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