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Frog ID: sim, existe uma “wikipédia” só para os sapos!

O aplicativo permite gravar o som dos sapos e enviá-lo a um especialista, que avalia o áudio e notifica qual é a espécie registrada

Sapos

Ao avistar uma espécie peculiar ou chamativa, é comum que as pessoas queiram registrá-la em foto ou vídeo. Essa curiosidade, normal entre os seres humanos, foi o que permitiu a criação de uma enorme base de dados sobre sapos pelo Museu Australiano. 

A instituição lançou em 2017 o aplicativo Frog ID. Qualquer pessoa que o tenha instalado no celular pode registrar o som feito por um sapo e enviá-lo ao programa, registrando também onde e quando ocorreu o avistamento do animal.

Depois, um cientista especializado no tema tem acesso ao áudio e identifica a espécie do anfíbio, notificando o responsável pelo avistamento.

A base de dados foi atualizada na última semana. Agora, o Frog ID conta com dados obtidos a partir de 272 mil avistamentos de sapos, feitos por mais de 16 mil australianos durante o ano de 2020. Antes disso, as informações contidas ali eram baseadas em 126 mil avistamentos. 

O sapo oriental (Crinia signifera), sapo listrado do pântano (Limnodynastes peronii) e a perereca-esmeralda (Litoria peronii) foram as espécies mais documentadas no app. As espécies Litoria balatus e Litoria quiritatus, que só foram oficialmente descritas cientificamente no ano passado, também apareceram no Frog ID.

Interface do app Frog ID. Imagem: Jodi Rowley/Australian Museum/Reprodução

Os pesquisadores não conseguiriam montar uma base de dados tão expressiva sem o auxílio dos chamados cientistas cidadãos. Com as informações do aplicativo, os biólogos poderão mapear a distribuição das populações de sapos, identificando a área em que estão as espécies ameaçadas e intensificando esforços de conservação.

Com o Frog ID, os cientistas também conseguem analisar os impactos de incêndios, urbanização, entre outros problemas nas populações destes anfíbios. No último ano, por exemplo, foi observada a morte em massa de sapos na costa leste da Austrália.

Os dados atuais só cobrem até 2020, antes do fenômeno, mas os pesquisadores acreditam que na próxima atualização –programada para o final deste ano– já será possível entender o que afetou os animais desta região.

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