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Fumaça de incêndios viaja até 20 mil km e intensifica poluição na Ilha de Páscoa

Pesquisadores da Universidade de Bremen, na Alemanha, mostraram como a ilha no Pacífico tem sido vítima de outras partes do mundo

Poluição Ilha de Páscoa

Imagem: Thomas Griggs/Unsplash/Reprodução

Imagine viver em uma ilha com menos de 10 mil habitantes e mesmo assim sofrer os efeitos da poluição do ar. É isso que moradores de Rapa Nui, a famosa Ilha de Páscoa, têm enfrentado. 

Como é de se esperar, os habitantes do território chileno não são os principais responsáveis pelo problema. Na verdade, um estudo publicado no periódico científico Atmospheric Chemistry and Physics mostra que a ilha no Pacífico está sendo afetada pela fumaça de incêndios proveniente de outras partes do globo.

Pesquisadores da Universidade de Bremen, na Alemanha, analisaram dados coletados nas últimas duas décadas sobre as concentrações de monóxido de carbono (CO) no nível do solo na Ilha de Páscoa. Esse é o nível em que os humanos estão normalmente expostos, entre o chão e dois metros de altura. 

Essas informações foram utilizadas para validar interpretações feitas pelos pesquisadores. De acordo com a equipe, 24% do monóxido de carbono na ilha vem de incêndios, principalmente aqueles de causas naturais. 

Esses incêndios estão ocorrendo, em sua maioria, no Sudeste Asiático, a cerca de 20 mil quilômetros de distância de Rapa Nui. A queima de biomassa por lá contribui com cerca de 8,5 partes por bilhão de volume (ppbv) de CO na Ilha de Páscoa. Queimadas na América do Sul vêm logo em seguida, sendo responsáveis por 6,5 ppbv. 

Os cientistas também notaram a influência dos eventos climáticos sobre as ilhas Samoa, na Oceania. Os incêndios do Sudeste Asiático são ainda mais notáveis por lá, elevando o nível de CO em 13 ppbv. Já a América do Sul contribui com 3,8 ppbv.

O objetivo dos cientistas foi mostrar como a poluição do ar já está afetando áreas remotas do planeta, em que o fenômeno não é esperado. O CO é um gás considerado tóxico, capaz de causar danos à saúde humana. Por conta disso, sua liberação deve ser monitorada.

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