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Geleiras do planeta têm menos gelo do que se imaginava, aponta estudo

Novo cálculo, feito por cientistas dos EUA, apontou equívocos em medições anteriores. Menor nível das geleiras indica aumento mais brando do nível do mar, mas também impacta na oferta de água doce para comunidades costeiras

Geleiras

Imagem: Matt Artz/Unsplash/Reprodução

Lembre-se dos tempos de escola: naquela época, você deve ter aprendido que a maior parte da água doce do planeta está nas geleiras. Consequentemente, com o aquecimento global, a tendência é que esse volume de água se torne líquido e aumente o nível dos oceanos, correto?

Todo esse pensamento ainda é válido, mas o aumento do nível do mar pode ser menor do que nos foi ensinado no passado. Pesquisadores da Faculdade de Dartmouth, nos EUA, analisaram imagens de satélite de 98% das geleiras que cobrem o globo. Nisso, concluíram que há menos água doce armazenada do que se pensava antes. 

De primeira, você pode até pensar que isso tem seu lado positivo. Segundo a estimativa desses cientistas, se todo o gelo derreter, o oceano subirá menos 7,62 centímetros do que era estimado, o que pode ser um bom sinal para as zonas costeiras. Por outro lado, diversas comunidades dependem do derretimento sazonal das geleiras para ter acesso a água para consumo, geração de energia, irrigação etc. Menor o volume, menor a oferta.

De acordo com os pesquisadores, contagens anteriores consideraram geleiras da Groenlândia e da Antártica duas vezes, o que acabou interferindo nos resultados. Os dados atualizados foram publicados na revista científica Nature Geoscience.

Além das confusões envolvendo os números da Groenlândia e Antártica, os cientistas também mostraram que há cerca de 23% menos gelo glacial nas montanhas andinas da América do Sul do foi mostrado anteriormente. Em contrapartida, foi notado um acréscimo de 37% de gelo nas montanhas do Himalaia, na Ásia.

“Descobrir quanto gelo é armazenado nas geleiras é um passo fundamental para antecipar os efeitos das mudanças climáticas na sociedade”, disse em nota Romain Millan, principal autor do estudo. “Com essas informações, estaremos mais perto de conhecer o tamanho dos maiores reservatórios de água glacial e também de estudar como poderemos responder a um mundo com menos geleiras”, completou.

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