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Gigantes da tecnologia fazem acordo prometendo não ajudar governos em guerra cibernética

Uma coalizão de grandes empresas de tecnologia tornou pública nesta terça-feira a intenção de nunca ajudar nenhum governo em uma guerra cibernética. A iniciativa também tem como objetivo aumentar o compartilhamento de informação entre empresas sobre códigos maliciosos para evitar uma onda de cibercrimes. • Este é o plano do Facebook para evitar que o […]

Uma coalizão de grandes empresas de tecnologia tornou pública nesta terça-feira a intenção de nunca ajudar nenhum governo em uma guerra cibernética. A iniciativa também tem como objetivo aumentar o compartilhamento de informação entre empresas sobre códigos maliciosos para evitar uma onda de cibercrimes.

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Microsoft, Cloudflare, Facebook, Github e Cisco estão entre as 34 companhias globais de tecnologia e segurança que assinaram o Cybersecurity Tech Accord (Acordo Tecnológico de Segurança Cibernética), um acordo multilateral de trabalho conjunto e defesa dos consumidores contra o cibercrime.

É importante notar que outras empresas gigantes norte-americanas não assinaram o acordo. São elas: Google, Amazon e Apple.

“As consequências do mundo real de ciberameaças têm sido repetidamente comprovadas”, disse Kevin Simzer, diretor de operações da Trend Micro, que também assinou o acordo. “Como uma indústria, nós devemos nos unir para lutar contra o cibercrime e interromper ataques futuros de causarem ainda mais estragos.”

O acordo, que fala em “empoderar civis e melhorar a segurança, estabilidade e resiliência no ciberespaço”, descreve que cada companhia vai evitar ajudar governos em reforçar suas capacidades cibernéticas ofensivas, assim como se proteger contra “adulteração ou exploração” de produtos e serviços de governos, do estágio de desenvolvimento até a distribuição.

“Nós não ajudaremos governos a lançaram ciberataques contra cidadãos inocentes e empresas”, informa o acordo.

Notadamente, John Bolton, conselheiro de segurança nacional do presidente Trump, já argumentou algumas vezes em favor do lançamento de ciberataques agressivos e sofisticados contra adversários dos Estados Unidos, como Rússia, China e Irã — geralmente citando a Guerra Fria como referência.

Em um artigo publicado em fevereiro, Bolton defendeu o lançamento de uma campanha “ virtual desproporcional e retaliatória” contra a Rússia para ensinar a Moscou que o custo será, segundo ele, “tão alto que eles simplesmente iriam parar todos os planos de guerra cibernética”.

Alex Stamos, chefe de segurança do Facebook, disse ao Gizmodo que ao assinar o acordo, o Facebook se opôs a “qualquer estado ou nação que tente explorar tecnologias e as pessoas que as utilizam”.

Além disso, as companhias se comprometeram a montar uma forte defesa contra códigos maliciosos; juntar forças para lançar “novas práticas de segurança e novos recursos” para companhias implementarem em seus produtos e serviços; e melhorar “a colaboração técnica, coordenar a divulgação de vulnerabilidades, compartilhar ameaças e minimizar o potencial de códigos maliciosos introduzidos no ciberespaço”.

Os assinantes do acordo disseram que o primeiro encontro ocorrerá durante a conferência RSA, em San Francisco, Califórnia (EUA), na próxima semana, e o foco será na “capacidade de construir e na ação coletiva.”

Imagem do topo: Departamento de Energia dos EUA

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