Globoplay reduzirá qualidade para não afetar internet no Brasil

Enquanto o mundo enfrenta uma situação atípica, o uso da internet cresceu. Não foi diferente no Brasil, que registrou um pico de tráfego de 10 Tb/s, de acordo com dados do IX.br. Para evitar sobrecargas, a Globo anunciou que vai limitar a qualidade de seu streaming.
Cabo de internet conectado a um modem
Imagem: Pixabay

Enquanto o mundo enfrenta uma situação atípica, o uso da internet cresceu. Não foi diferente no Brasil, que registrou um pico de tráfego de 10 Tb/s, de acordo com dados do IX.br (Brasil Internet Exchange), uma iniciativa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

Seguindo medidas tomadas na Europa, o Globoplay, serviço de streaming de Globo, é o primeiro produto brasileiro a anunciar a diminuição da resolução de seus conteúdos para “preservar a infraestrutura da internet brasileira”, conforme um comunicado.

A medida passa a valer nesta segunda-feira (23) e não afeta somente o aplicativo de vídeo sob demanda da companhia. Todos os serviços de vídeo online da Globo terão uma limitação na entrega de dados. A empresa vai deixar de transmitir conteúdos em 4K e Full HD (1080p) temporariamente – seja de conteúdo ao vivo ou sob demanda, o que inclui o G1, Globoesporte.com, GShow e Globosat Play.

Todos os usuários irão assistir os conteúdos em alta resolução (720p). “A taxa de bitrate praticada na resolução Full HD, de 5,8 Mbps, cairá para 2,8 Mbps na transmissão HD. Um capítulo de novela com 60 minutos de conteúdo em Full HD, que consumia 2,5 Gb, passará a requerer 1,2 Gb, uma economia de dados de 52%”, diz o comunicado.

Kaoru Kashiwakura, Diretor de Projetos Especiais e de Desenvolvimento do NIC.br diz que “o pico de 10Tb/s eventualmente acontece num momento em que, devido à pandemia do COVID-19, mais pessoas passaram a acessar a Internet para fins como trabalho remoto, estudo a distância, além da busca por entretenimento, como streaming de vídeos e jogos”.

A Globo destaca que a medida só afeta o tráfego de dados e não há limite para a quantidade de vídeos nem para o total de horas consumidas. A companhia quer ser um exemplo e que “outros provedores de serviços de internet, especialmente os de streaming” acompanhe a iniciativa. O comunicado diz ainda que a entrega será normalizada quando “algum nível de normalidade e rotina nas nossas vidas”.

O crescimento no uso da internet fez com que empresas adotassem medidas para não afetar a estabilidade da internet no mundo.

A União Europeia, na semana passada, sugeriu que empresas de streaming reduzissem a qualidade de transmissão. Pouco depois, Netflix, YouTube e Amazon acataram o pedido e passaram a oferecer conteúdos na definição padrão (480p) ou em alta definição (720p). A iniciativa deve durar 30 dias.

O Facebook e o Instagram (que fazem parte do mesmo grupo) também anunciaram que vão reduzir qualidade de vídeos em suas plataformas na Europa. “Para aliviar potenciais congestionamentos na rede, reduziremos temporariamente os bit rates do Facebook e do Instagram na Europa”, diz um comunicado. Os conteúdos voltarão a ser reproduzidos na qualidade convencional quando as preocupações com a rede diminuírem.

Por enquanto, as medidas de Netflix, Amazon, YouTube, Facebook e Instagram não valem para o Brasil.

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