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O futuro pode ser terrível: motociclista processa GM após ser atropelado por carro autônomo

A General Motors recebeu um processo nesta semana que acusa um de seus carros autônomos de atropelar um motociclista em San Francisco. É o primeiro caso jurídico do tipo e reacende o debate sobre quão seguros são os carros autônomos. • Carros autônomos podem bater, mas ainda assim dirigem melhor que você • Passeamos em um carro […]

A General Motors recebeu um processo nesta semana que acusa um de seus carros autônomos de atropelar um motociclista em San Francisco. É o primeiro caso jurídico do tipo e reacende o debate sobre quão seguros são os carros autônomos.

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Oscar Nilsson, o motociclista que processa a GM, afirma ter sido atropelado por um veículo modelo Chevy Bolt. O carro, que faz parte do programa de testes de carros autônomos da companhia em San Francisco e conta com um motorista humano em cada veículo, colidiu com a motocicleta de Nilsson, ferindo-o.

Segundo o The Mercury News, o acidente aconteceu na rua Oak Street, no distrito de Hayes Valley, em 7 de dezembro de 2017. Nilsson detalha no processo que estava atrás do veículo pilotando sua motocicleta. O carro autônomo então trocou para a faixa esquerda, liberando o caminho para o motoqueiro. No entanto, enquanto Nilsson ultrapassava o Chevy Bolt, o carro retornou subitamente a faixa da direita, derrubando Nilsson e sua moto no chão.

Após a colisão, Nilsson conseguiu caminhar e levar a motocicleta até o acostamento da pista, onde recebeu cuidados médicos no ombro e trocou informações com o motorista ocupante do veículo autônomo.

O Departamento de Polícia de San Francisco alega que Nilsson está errado, pois tentou ultrapassar o veículo pela direita. O relatório policial também afirma que o carro abortou a troca de faixas e que o motorista humano presente no carro autônomo tentou evitar a colisão, mas não foi rápido o bastante.

Nilsson fraturou ombro e pescoço e está de licença do trabalho devido aos ferimentos. Ele busca reparações, mas, em nota, a GM se defende com o relatório da polícia de San Francisco, dizendo que o motociclista trocou de faixa antes do que deveria.

A GM admite que o veículo abortou a troca de faixas, mas não assume o erro. Ainda segundo informações do The Mercury News, a GM diz que Nilson estava entrada as duas faixas – uma prática legal e reconhecida na Califórnia – tentou mudar para a faixa central, se assustou com o veículo, perdeu o equilíbrio e caiu.

No entanto, Sergei Lemberg, advogado de Nilsson, não concorda com o relatório policial. “Não sei se é justo colocar a culpa do acontecimento em uma pessoa completamente inocente que estava apenas dirigindo e foi atingida”, diz.

Este é o primeiro processo derivado de acidentes envolvendo carros autônomos, mas não é o primeiro. Só no ano passado, foi reportado um total de 27 acidentes envolvendo carros autônomos – 22 só da GM. Segundo informações do Jalopnik, todos foram causados por erro humano.

O Brasil, inclusive, registra pelo menos um caso de atropelamento por carro autônomo. O caso, que aconteceu em abril de 2013, não gerou processo e nem feridos graves, mas ganhou notoriedade por ter sido televisionado ao vivo para todo o país e por ter atropelado ninguém menos que Ana Maria Braga.

Como explica o Terra, este também foi mais um caso de erro humano, um bem básico, inclusive: esqueceram de puxar o freio ao trocar o modo veicular de autônomo para humano.

Apesar de muitas montadoras já terem carros autônomos sendo testados em diversas pistas dos EUA e outros países — e de terem planos de lançar modelos baseados nestas tecnologias em menos de cinco anos — ainda temos muito caminho a percorrer para tornar os carros autônomos veículos seguros de fato. E para isso, será necessário não só que estes carros se tornem mais inteligentes, mas também que motoristas humanos comecem a respeitar mais as leis de trânsito.

[JalopnikThe Mercury News, Guardian]

Imagem de topo: O veículo autônomo Cruise, baseado no modelo Cherry Bolt (Créditos: Steve Fecht/General Motors)

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