Como um programador solitário clonou o Google Reader

Quando o Google Reader anunciou que seria desativado, muitos entraram em pânico e saíram correndo atrás de outro leitor RSS. Mas Matt Jobson é diferente. Ele criou o seu próprio Google Reader. Jibson, 30, estudou engenharia elétrica. Durante o dia, ele trabalha em uma start-up de Nova York chamada Stack Exchange e tenta entender como […]

Quando o Google Reader anunciou que seria desativado, muitos entraram em pânico e saíram correndo atrás de outro leitor RSS. Mas Matt Jobson é diferente. Ele criou o seu próprio Google Reader.

Jibson, 30, estudou engenharia elétrica. Durante o dia, ele trabalha em uma start-up de Nova York chamada Stack Exchange e tenta entender como solucionar problemas de peer-to-peer. Durante a noite, ele é um membro ativo do GitHub, uma comunidade open source de programadores.

E ele encontrou o desafio técnico que procurava. Como disse em um post em um blog que descreveu o projeto, “leitores de feed são complicados.” Acontece que as propriedades que supostamente destacam as informações dos feeds não são exatamente padronizadas. Ele começou um Tumblr e coletou cerca de 60 métodos diferentes de expressar a data – todas elas que seu reader precisaria analisar.

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E na semana passada, o esforço foi compensado. Na quinta-feira, dias antes do Google matar o Reader de vez, Jibson acendeu as luzes do Go Read, sua resposta open-source ao abandono do Google. Ele postou o projeto no Hacker News e o código no GitHub. Desde então, 8.000 pessoas se inscreveram. Ele espera outro grande fluxo de cadastro quando outras pessoas de fora das comunidades de tecnologia acordarem e perceberem que seus feeds não têm mais um lar.

Mas mais do que a emoção da caçada solitária, Jibson é um grande fã do Google Reader, e ele acredita que o seu Reader precisa ser o mais próximo de um clone do Google Reader possível considerando o tempo ele ele teve para desenvolver. “Ele é bom para apresentar conteúdo em uma forma usável, rápida e simples”, ele diz. “Eu queria a mesma experiência”, continua. “Sim, eu penso que a interface do Reader era a correta.”

Como acontece com muitas alternativas ao Google Reader disponíveis por aí, o primeiro passo é importar os feeds. Se você tem um monte deles, como eu, vai demorar alguns minutos para importar. A partir daí, todos estarão disponíveis para você. Você não verá qualquer frescura, mas vai perceber como eles carregam rapidamente. Ou melhor, isso quando ele não estiver sofrendo com os bugs tradicionais de produtos recém-lançados. Se você tentar usar agora, deve perceber que ele está lento, resultado de recursos sobrecarregados que Jibson está pagando do próprio bolso.

Se você é um da legião de pessoas que estão lamentando a perda de uma companhia diária familiar – eu também sou um desses – talvez seja pra cá que você deva ir. Go Read (entendeu, Google Reader?) lembra bastante designs do Google. Todos os atalhos de teclado funcionam, e até a tipografia é similar. Existem alguns recursos ausentes óbvios, como a busca, mas a leitura básica de feeds está praticamente intacta.

Jibson diz que não pode levar muito crédito pela experiência, já que ele estava usando apenas coisas que são disponíveis para todos. Ele ressalta que o Comma Feed, outra aventura de programadores criada nos últimos meses, parece igual porque também foi construída sobre as mesmas fundações.

Isso nos leva a uma importante questão: por que um lobo solitário entrou em um lugar tão cheio? Quanto mais você observa as configurações de readers diferentes, você percebe que a funcionalidade principal deles é extraordinariamente simples – a chave está em uma boa interface de usuário. E, francamente, existem grandes equipes com mais recursos que podem conseguir algo mais revolucionário.

Tanto o Go Read quanto o Comma Feed têm foco em ficar fora do caminho, e isso faz você pensar que, para reagir à saída do Google, os concorrentes estão ignorando um dos apelos originais do produto.

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Pegue, por exemplo, a equipe do Digg que criou um leitor RSS simples. Os princípios do projeto me dizem que há muita coisa escondida que não pode ser percebida. A empresa tem planos de expandir o produto para ser um reader que ajude no desenvolvimento adequado dos dados do Digg. Não podemos avaliar os méritos desses recursos até vê-los. Toda essa filtragem vai ter apelo para alguns, mas outros vão preferir ler suas matérias em fluxo.

Nos últimos 100 dias, outra start-up, o Feedly, focou em algo diferente. Antes, o Feedly era basicamente uma camada mais bonita para o backend do Google. Com o fim do Reader, eles tiveram que criar uma solução própria.

Jibson diz que não tem opinião formada sobre a questão, mas parece que, ao sermos abandonados pelo Google, ele não está tentando criar nada diferente do que o Google nos oferecia. E, de certa forma, ele deixa claro como ele quer que seja o reader simplesmente por não desenvolvê-lo demais. Jibson está criando recursos que ele precisa quando precisa em vez de criar algo que seja complicado desde o começo. Vamos ter que esperar para ver quantas pessoas vão se inscrever para descobrir mais a fundo quais são as suas ideias.

Em relação aos próximos passos, Jibson definiu que vai fazer o reader que ele gostaria de usar para ter certeza que incorporará novos recursos. Ele adicionará coisas novas de acordo com a velocidade que puder programar. A curto prazo, quer coisas básicas como organização de feeds e pastas e correção de bugs – ele está correndo contra o tempo para adicionar os recursos assim que possível. Considerando a sua ambição, ele não está próximo da velocidade que as pessoas provavelmente vão querer a longo prazo. Ele não sabe onde vai chegar com o Go Read, exceto que não vai parar agora.

Uma coisa que está clara é a taxa de usuários que estão aparecendo, e que ele não vai ser capaz de manter sem receita por muito tempo. Atualmente, o plano para cobrir os custos é oferecer às pessoas a opção de publicidade ou assinatura. “O objetivo não é ter lucro”, ele me disse “mas se for possível ter sem sacrificar a experiência de usuário, eu posso considerar.”

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