Golpe do falso motoboy reaproveita chip de cartão para compras ilegais

Com mais gente em casa, alguns golpistas ligam para vítimas dizendo que seus cartões foram clonados e que precisam recolhê-lo para uma averiguação.
Motoboy mexendo no baú da moto na CIdade do México. Crédito: flickr/carlbcampbell/cc
Motoboy mexendo no baú da moto na CIdade do México. Crédito: flickr/carlbcampbell/cc

Estamos em tempo de pandemia, e isso não impede a ação de golpistas. Com mais gente em casa, tem acontecido o que é conhecido no meio bancário como o “golpe do falso motoboy”, que simplesmente incentiva que pessoas entreguem seu cartão a um terceiro que, por sua vez, faz uma série de compras. O alerta foi feito pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) por meio de um comunicado.

Como boa parte dos golpes, os envolvidos tentam utilizar engenharia social, que é um nome bonito para a tentativa de persuasão de vítimas para obter informações pessoais delas. A desculpa aqui tem relação com a falsa clonagem do cartão.

Tudo começa com um telefonema de uma pessoa que se passa por um funcionário de banco. Ela diz que o cartão da pessoa foi clonado e que é necessário bloqueá-lo. O atendente, então, solicita dados da vítima, inclusive a senha, e recomenda que o cartão seja cortado ao meio.

Na sequência, é dito que um motoboy será enviado até o endereço para recolher o cartão e fazer outras análises para o cancelamento de compras irregulares.

O detalhe é que ao cortar o cartão no meio, o chip não é danificado. Então, com senha e o chip disponível, os golpistas conseguem fazer as compras que quiserem.

Apesar de ser um golpe curioso e elaborado — aliás, exige que um dos envolvidos vá até onde você mora—, ele não é necessariamente novo. No entanto, com este período com mais gente fazendo home office ou sem sair de casa, há mais potenciais vítimas.

“O que estamos observando é que, durante este período de isolamento social, os fraudadores estão muito mais ativos. Ainda usam as mesmas táticas de engenharia social, mas o momento e o contexto mudaram, e isso afeta o modo como as pessoas reagem a esse tipo de abordagem”, disse Adriano Volpini, diretor de segurança do Itaú Unibanco e diretor da comissão executiva de prevenção a fraudes da Febraban, em comunicado enviado ao Gizmodo Brasil.

Segundo Volpini, estes golpes têm se intensificado sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro, inclusive com variações. “Já vimos casos em que o fraudador chega a pedir que o cliente entregue o chip do celular e até o notebook.”

De acordo com a Febraban, em nenhuma circunstância os bancos enviam funcionários para recolher cartões de clientes. Além disso, a entidade ressalta que quando precisar descartar um cartão, é importante que a pessoa corte o chip para impedir a reutilização.

Evite cair no golpe do falso motoboy

  • Nunca entregue seu cartão para terceiros — bancos não pedem devolução ou enviam funcionários até sua casa para recolher o cartão.
  • Caso receba uma chamada, nunca informe ou digite sua senha para o atendente.
  • Se precisar destruir seu cartão, o faça de forma vigorosa, preferencialmente destruindo o chip. Mande ver e corte-o em pedaços com uma tesoura.

Em tempos de pandemia, fora este golpe bizarro, tem rolado um monte de coisas esquisitas. Um dos mais comuns tem sido de apps falsos envolvendo o auxílio emergencial. Na verdade o processo é feito majoritariamente no site https://auxilio.caixa.gov.br  e o único app oficial é o da Caixa.

Em março, falamos, por exemplo, de golpes via WhatsApp falando de doação de álcool em gel pelo governo. Sem contar que phishings ainda estão por aí. Segundo um levantamento recente do Google, este tem sido o principal tipo de golpe que tem rolado online. A companhia tem até um teste bacana para você identificar este tipo de ameaça.

[Febraban]

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