Projeto do Google acelera sites para smartphone e tablet em resposta ao Facebook
Este ano, o Facebook lançou um serviço que permite a grandes websites publicar textos interativos que abrem direto no feed de notícias. Cada texto abre rápido porque é pré-carregado à medida que você se aproxima dele ao deslizar o feed.
O Google está reagindo a esta abordagem com o projeto Accelerated Mobile Pages (AMP), que permite criar páginas da web mais leves para smartphones e tablets – mesmo se tiverem vídeos, animações e slideshows.
Sites como o New York Times, The Guardian, BBC, Buzzfeed e Huffington Post já estão usando essa tecnologia; enquanto empresas como Twitter, WordPress.com, Pinterest e LinkedIn planejam integrá-la no futuro.
No Brasil, o AMP foi adotado por sites da Editora Abril (como a Veja e a Superinteressante), pela Folha de S. Paulo, pela Editora Globo e pelo UOL.
Você pode experimentar o AMP indo em g.co/ampdemo no seu dispositivo móvel e realizando uma busca. Se você estiver no computador, pode comparar a versão normal deste artigo da BBC e a versão otimizada.
O AMP tem código aberto e é baseado em tecnologias já existentes para a web; a documentação foi publicada no GitHub.
Segundo a BBC, o AMP retira o código JavaScript das páginas, fazendo-as carregar mais rápido e economizando bateria.
Além disso, o Google vai guardar as páginas AMP em seu cache global – isso não custará nada para as empresas, e deve acelerar ainda mais o carregamento.
O app de notícias Nuzzel vai usar essa tecnologia, e o CEO da empresa, Jonathan Abrams, diz que páginas da web carregam em apenas meio segundo se usam AMP – contra uma média de três segundos para páginas em geral.
Danny Bernstein, do Google, diz à BBC que “cerca de 40% dos usuários abandonam um artigo se ele não carregar em até seis segundos”. Isso causa um impacto no tráfego e na receita de anúncios – uma área em que o Google pode sair perdendo.
O Google diz que o AMP ajudará a “proteger o livre fluxo de informação”. O que isso significa? Bem, o Facebook lançou uma iniciativa semelhante – os Instant Articles – que vivem apenas dentro da rede social. A Apple faz algo semelhante com o app Notícias.
Essas plataformas fechadas podem ser uma ameaça para os interesses do Google – no caso, ela pode prejudicar a venda de anúncios no futuro. Por isso, o AMP tem suporte a “uma ampla gama de formatos, redes e tecnologias de anúncios” – afinal, os sites participantes precisam de dinheiro para continuarem existindo. O Google diz também que pretende adicionar suporte a assinaturas e paywalls no futuro.
O Google não tem planos de priorizar sites que usem AMP, mas o motor de buscas já beneficia sites que carregam rápido no celular, então isso pode ser questão de tempo. Saiba mais em ampproject.org.
[Blog do Google Brasil – BBC – Re/code]