Deus abençoe! Google descobre maneira de apagar imagens de “bom dia” do WhatsApp (atualizado)

Atualizado às 12:40 de 1/2 com posicionamento do Google Brasil As imagens de “bom dia” no WhatsApp não são exclusividade brasileira. Tanto não são que esse padrão de comportamento, também replicado na Índia, foi detectado como um dos responsáveis por lotar a capacidade de armazenamento dos telefones no país asiático — um a cada três […]

Atualizado às 12:40 de 1/2 com posicionamento do Google Brasil

As imagens de “bom dia” no WhatsApp não são exclusividade brasileira. Tanto não são que esse padrão de comportamento, também replicado na Índia, foi detectado como um dos responsáveis por lotar a capacidade de armazenamento dos telefones no país asiático — um a cada três usuários de smartphone da região está com a capacidade cheia, segundo pesquisa da Western Digital.

Para tentar solucionar o problema dos celulares abarrotados de arquivos, o Google, então, criou uma solução que ajuda a dizimar as doces e nem sempre bem-vindas mensagens de “bom dia” dos cidadãos indianos.

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O processo para apagar essas mensagens envolve o app Files Go, que ajuda usuários a liberarem espaço em seus smartphones, porém com uma funcionalidade específica para apagar esses arquivos. Graças à base de dados imensa da companhia e a ferramentas de inteligência artificial, o recurso foi treinado para buscar e identificar esses arquivos motivacionais.

Opa, essa aqui é produção nacional

“Nós estávamos tentando desconstruir o DNA das mensagens de ‘bom dia’ por meses”, disse Josh Woodward, gerente de produto do Google, em entrevista ao Wall Street Journal. “Trabalhamos duro para atingir nosso objetivo”, afirmou. No início, o executivo relatou que o sistema de inteligência artificial confundia arquivos de “bom dia” com imagens de crianças, cujas camisetas tinham algo escrito.

Como no Brasil, o Files Go foi liberado oficialmente em dezembro, no entanto, só agora a funcionalidade começou a funcionar na Índia — contatamos o Google para saber se o recurso chega por aqui, mas ainda não obtivemos resposta. O app foi baixado mais de 10 milhões de vezes — muitos desses downloads foram na Índia — e em média foi apagado 1 GB do aparelho de cada usuário indiano que o utilizou.

É importante ressaltar que é possível impedir que o smartphone fique lotado ao impedir o download automático de arquivos — função que está disponível tanto no iOS como no Android. Porém, se um app faz o trabalho sozinho, o usuário que não se sente seguro para mexer em configurações do aplicativo, vai preferir a forma mais fácil.

Ainda que a mania pareça esquisita, o envio de mensagens de “bom dia” na Índia é um negócio sério. O primeiro ministro Narendra Modi está entre as pessoas que enviam saudações pela manhã, assim que o sol está nascendo. No ano passado, teve até um caso em que ele ficou bem bravo, pois alguns parlamentares o deixaram no vácuo.

Na matéria do WSJ, é descrito ainda o caso de Kanwarjot Singh, que criou um site em 2015 chamado “wishgoodmorning.com” (deseje bom dia, em tradução livre) para ajudar as pessoas a selecionarem saudações. Singh diz que gasta uns 45 minutos pela manhã respondendo envios de “bom dia” que chegam logo cedo.

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Incomodados com a quantidade de mensagens, é comum que alguns indianos deixem de participar de grupos no app. A quantidade de arquivos é tanta que chega a travar alguns smartphones de baixo custo e com pouca memória, usados por boa parte da população.

Se você imagina que o Brasil usa bastante o WhatsApp, a coisa na Índia é bem pior. Segundo a própria plataforma, no ano novo foram enviadas mais de 20 bilhões de mensagens, até então um recorde para o serviço — a título de comparação, no Brasil foram 10 bilhões. Imagine só quantas dessas não continham imagens com dizeres motivacionais.

Questionado se o recurso chegará por aqui, o Google Brasil comentou que a matéria do The Wall Street Journal se concentra no hábito dos indianos, que mandam muitas imagens de “bom dia”, e que o app não faz nada de específico para mensagens do tipo. O que o app faz, segundo a empresa, é detectar arquivos duplicados, vídeos de baixa resolução, memes, etc.

[WSJ]

Imagem do topo por Alvaro Ibañez/Flickr

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