Google encerra de vez sua plataforma Daydream de realidade virtual

Se você é uma das poucas pessoas que ainda usa a plataforma Daydream VR do Google, sinto dizer que ela está oficialmente morta. (Se você não sabia que o Daydream existia, tudo bem. Eu também tinha esquecido.) Como observado pelo Android Authority, o Google lançou recentemente uma atualização de serviço para o Daydream avisando que […]
Foto: Alex Cranz/Gizmodo

Se você é uma das poucas pessoas que ainda usa a plataforma Daydream VR do Google, sinto dizer que ela está oficialmente morta. (Se você não sabia que o Daydream existia, tudo bem. Eu também tinha esquecido.) Como observado pelo Android Authority, o Google lançou recentemente uma atualização de serviço para o Daydream avisando que o software não terá mais suporte.

“Você ainda pode acessar o serviço, mas ele não receberá mais atualizações de software ou segurança”, disse a página de suporte. “O aplicativo Daydream VR não é mais compatível com o Google e pode não funcionar corretamente em alguns dispositivos com Android 11 ou posterior.”

Alguns comentários recentes na página da plataforma na Google Play Store mostram usuários que estão tendo dificuldade para iniciar o Chrome no Daydream, bem como um que confirma que ele não funciona com a atualização mais recente do Android 11. O aviso já havia sido dado há muito tempo, entretanto.

Em outubro passado, a VentureBeat relatou que o Google iria descontinuar o suporte para o Daydream começando com o Pixel 4 e Pixel 4 XL. A empresa também parou de vender headsets VR no mesmo dia. O Pixel 3a e o Pixel 3a XL foram enviados sem suporte para o Daydream VR em maio de 2019, e o Google também removeu o app Play Filmes e TV para Daydream em junho de 2019. O Hulu encerrou o suporte para a plataforma em setembro de 2019.

“Com o tempo, notamos algumas limitações claras que impediam a realidade virtual de smartphone de ser uma solução viável de longo prazo”, disse um porta-voz do Google à VentureBeat. “Também não houve a adoção ampla dos consumidores ou dos desenvolvedores que esperávamos e vimos uma redução no uso do headset Daydream View ao longo do tempo.”

A realidade virtual nos smartphones sempre pareceu meio desajeitada e sem sentido desde o início. Muitos headsets como o Daydream exigiam que os usuários colocassem seus celulares dentro do aparelho para ele ficar perto dos olhos e criar um efeito “imersivo”. (Não, eu não tenho interesse em visitar uma versão virtual do armário da Kendall Jenner, muito obrigado.)

Headsets como o Oculus, o Vive e outros têm se saído melhor ao longo dos anos porque têm telas integradas e são compatíveis com jogos de realidade virtual de PC e de console, que são experiências muito mais completas. Estou surpresa que o Daydream tenha aguentado por tanto tempo, honestamente. O Google também tinha um headset Daydream VR autônomo, mas esse também não se saiu muito bem, obviamente.

De acordo com um relatório recente do Statista, os dispositivos de realidade virtual como um todo não “alcançaram os mesmos níveis de popularidade generalizada de alguns outros dispositivos eletrônicos de consumo, possivelmente devido às suas opções de uso atualmente limitadas”.

Por exemplo, a Sony vendeu 4,2 milhões de óculos PlayStation VR em março de 2019, de acordo com o Ars Technica, desde o lançamento do dispositivo em outubro de 2016. Em comparação, a Sony vendeu 94,2 milhões de PS4 até março de 2019. Isso significa cerca de 4,4% dos proprietários de PS4 também comprou um PSVR.

A pesquisa de hardware e software do Steam de setembro de 2020 diz que só 1,88% dos usuários da plataforma possuem um headset VR. De cerca de 90 milhões de usuários ativos, isso dá uma estimativa generosa de 1,69 milhão. A pesquisa não revela quantos usuários realmente respondem à pesquisa a cada mês, então esse número pode ser bem menor.

Outros fabricantes de aparelhos de realidade virtual podem estar tendo mais sucesso do que o Google, mas está claro que esse setor teve dificuldade em acompanhar outras plataformas de entretenimento e jogos em geral.

Os headsets são volumosos e pesados, causam enjoo em algumas pessoas e não podem acomodar pessoas que usam óculos, uma vez que qualquer tipo de óculos impede que o aparelho caiba no rosto do usuário. Todas essas coisas contribuíram para a lenta adoção da realidade virtual.

Eu mesma tenho esses três problemas, sem mencionar que alguns não têm uma distância interpupilar (DIP) estreita o suficiente para acomodar meus olhos. Existem problemas de acessibilidade inerentes aos headsets de RV e, até que sejam corrigidos, muitas, muitas pessoas não conseguirão usá-los.

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