Google quer descobrir como é o ser humano com saúde perfeita

O Google X é o laboratório da gigante de buscas para pesquisa e desenvolvimento. Todo projeto tem como objetivo criar um produto ou serviço – Google Glass, carros autônomos – exceto por um: o estudo Baseline reuniu informações genéticas e moleculares de 175 pessoas para entender o que forma um humano saudável. Milhares de outros […]

O Google X é o laboratório da gigante de buscas para pesquisa e desenvolvimento. Todo projeto tem como objetivo criar um produto ou serviço – Google Glass, carros autônomos – exceto por um: o estudo Baseline reuniu informações genéticas e moleculares de 175 pessoas para entender o que forma um humano saudável.

Milhares de outros voluntários também serão analisados. O que o Google quer com isso? Provavelmente, essa é uma forma de testar dispositivos vestíveis que acompanham sua saúde – e que podem ser comercializados no futuro.

Segundo o Wall Street Journal, o grupo de Ciências da Vida do Google X está criando dispositivos portáteis que podem coletar dados – como ritmo cardíaco e níveis de oxigênio – de forma contínua. Os participantes do estudo Baseline vão usar esses dispositivos, mais aquela lente de contato que mede o nível de açúcar no sangue.

O estudo, no entanto, é mais abrangente do que você imagina. Do WSJ:

[O Baseline] incluirá genomas inteiros dos participantes, o histórico genético de seus pais, bem como informações sobre como eles metabolizam alimentos, nutrientes e medicamentos, a velocidade em que seus corações batem sob estresse, e como reações químicas mudar o comportamento de seus genes.

Tudo isso será então analisado pelos supercomputadores do Google, para encontrar padrões – ou bioindicadores – no meio de tanta informação, que podem ser usados para detectar doenças antes que elas se manifestem no corpo.

BN-DV052_Google_G_20140723214648Andrew Conrad, Alberto Vitari e Marija Pavloic, do grupo de Ciências da Vida do Google X

Mas o que o Google fará com tanta informação, que seria valiosa para seguradoras de saúde, por exemplo? Sam Gambhir, chefe do departamento de radiologia na Universidade Stanford, lidera este projeto com o biólogo molecular Andrew Conrad, e diz ao WSJ que “o Google não terá carta branca para fazer o que quiser com esses dados”.

O Google só vai oferecer as informações aos pesquisadores depois de torná-las anônimas. O estudo Baseline será monitorado por conselhos que supervisionam toda pesquisa médica envolvendo humanos; e comitês das Universidades Duke e Stanford vão controlar como os dados são usados. Ou seja, provavelmente não veremos um replay do mal afamado estudo do Facebook sobre emoções.

O Google diz que este estudo é apenas uma contribuição para a ciência, já que o banco de dados estará disponível para todo pesquisador. Mas pode ser também uma forma de criar e testar novos produtos relacionados à saúde. De um jeito ou de outro, o Google saberá ainda mais sobre nós.

Vale notar que este ambicioso estudo deve demorar: Sam Gambhir diz que “este não é um projeto de software que estará pronto em um ou dois anos”. [Wall Street Journal via The Next Web]

Imagens por ynse/Flickr e Google

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