Como a Apple, Google vai exigir 30% da receita de pagamentos feitos via Play Store

A partir de setembro de 2021, Google vai passar a exigir 30% da receita de pagamentos realizados via Play Store.
Interface do Google Play Store. Crédito:Joanna Nelius/Gizmodo
Interface da Google Play Store. Crédito:Joanna Nelius/Gizmodo

Após alguma confusão — e depois de ver a Apple sendo criticada por suas políticas na App Store — o Google está dizendo que planeja fazer o mesmo que sua concorrente com itens pagos na Google Play Store.

De acordo com um blog post no Android Developers, qualquer desenvolvedor com um app no Google Play que precise fazer algum “trabalho técnico” para integrar o sistema de faturamento do Google terá até 30 de setembro de 2021 para cumprir as regras. Isso significa que esses desenvolvedores podem continuar a receber pagamentos diretos de clientes sem ter que dar ao Google sua “taxa” de 30% até o ano que vem.

Esse prazo provavelmente coincidirá com o lançamento do Android 12; o Android 11 foi lançado para o público geral no início deste mês. O Android 12 também facilitará a oferta de apps em lojas de terceiros.

Esta nova medida é parte de um esforço maior da parte do Google para tornar as políticas do Google Play mais claras para os desenvolvedores e para manter seu suporte para quem também deseja que seus apps estejam em outras lojas e em várias plataformas.

“Ouvimos comentários de que a linguagem de nossa política poderia ser mais clara em relação a quais tipos de transações exigem o uso de faturamento do Google Play e que os termos atuais estavam causando confusão”, escreveu o vice-presidente de gerenciamento de produtos do Google, Sammer Samat.

O Google agora exige que os desenvolvedores usem o sistema de faturamento do Google Play para apps e downloads se o sistema já estiver integrado no aplicativo, e os desenvolvedores devem usar esse sistema para cobrar por recursos ou serviços de aplicativo.

As regras entram em vigor em 20 de janeiro. Existem algumas exceções, incluindo o pagamento de bens físicos e aplicativos que permitem transferências de dinheiro, como o Venmo, que é um app bastante popular nos EUA para envio e recebimento de valores.

Embora pareça que o Google está se tornando mais parecido com a Apple, exigindo que os desenvolvedores façam cobranças usando o sistema de faturamento da empresa, a companhia foi bem clara em relação a oferecer suporte à plataforma de API aberta do Android.

“Acreditamos que os desenvolvedores devem escolher como distribuir seus apps e que as lojas devem competir pelos negócios dos desenvolvedores e dos consumidores”, disse Samat.

Essas opções incluem permitir que os usuários troquem os apps padrão de mensagem, telefone, teclado e outros de acordo com suas preferências.

“Essa abertura significa que mesmo que um desenvolvedor e o Google não concordem com os termos de negócios, o desenvolvedor ainda pode distribuir na plataforma Android”, acrescentou.

Um desenvolvedor não precisa usar a Google Play Store para disponibilizar um aplicativo no Android. Samat apontou que o Fortnite está disponível no Android por meio do site da Epic ou pela Galaxy App Store; o Google removeu o Fortnite de sua loja de apps depois que a Epic violou propositalmente suas políticas. Samat também esclareceu que os desenvolvedores “podem se comunicar com seus clientes diretamente para preços, ofertas e formas alternativas além de seu app por e-mail ou outros canais”.

Basicamente, os desenvolvedores têm permissão para informar aos usuários sobre os outros lugares onde podem fazer o download de seus aplicativos, se não quiserem que suas informações passem pelo sistema de cobrança do Google — uma prática que a Apple proíbe de acordo com as diretrizes da App Store.

É possível reclamar sobre a fatia que o Google tira dos desenvolvedores, mas pelo menos soluções alternativas não são proibidas. Isso pode salvar a empresa de uma decisão por práticas antitruste.

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