Três em cada quatro apps da Google Play possuem rastreadores, afirma estudo

Um novo estudo da empresa francesa Exodus Privacy e dos laboratórios de privacidade da Universidade Yale conclui que três em cada quatro aplicativos disponíveis na Play Store do Google contêm puglins de rastreamento de terceiros, reporta o The Guardian. A lista de apps que coletava informações pessoais inclui alguns dos aplicativos mais populares da loja, […]

Um novo estudo da empresa francesa Exodus Privacy e dos laboratórios de privacidade da Universidade Yale conclui que três em cada quatro aplicativos disponíveis na Play Store do Google contêm puglins de rastreamento de terceiros, reporta o The Guardian. A lista de apps que coletava informações pessoais inclui alguns dos aplicativos mais populares da loja, como “Tinder, Spotify, Uber e OkCupid”, além de muitos outros.

De acordo com informações do Intercept, os rastreadores envolvidos permitiam aos apps identificar usuários com base em dados de terceiros, rastrear movimentos, mapear relações interpessoais entre os usuários e rastrear movimentação off-line e hábitos de compras. Um aplicativo chamado Fidzup é poderoso o suficiente para rastrear o movimento de usuários em lojas de varejo usando emissores sônicos ou sinais de wi-fi para distribuir anúncios baseados na área da loja em que o usuário se encontra. Até mesmo apps aparentemente inofensivos, como o AccuWeather e aplicativos do Weather Channel, possuíam rastreadores monitorando “dados de navegadores e uso do app por tempo e propriedades digitais”, escreveu o Intercept.

Como escreveu a Yale em um comunicado à imprensa, particularmente preocupante foi “o potencial impacto de rastreadores publicitários nas finanças e saúde dos usuários”, já que diversos aplicativos financeiros e de saúde pareciam transmitir dados desconhecidos dos usuários.

Não é difícil pontuar a razão por que rastreadores são tão difundidos – usuários são facilmente encorajados a baixar aplicativos, especialmente os gratuitos, e incluir rastreadores torna todo dado do usuário em uma commodity que pode ser vendida – e a presença constante de softwares de rastreamento apenas ressalta quão generalizada é a espionagem de usuários na era digital. Os pesquisadores ficaram especialmente preocupados que fluxos individuais de dados poderiam ser fundidos para construir perfis íntimos de usuários.

“Acredito que as pessoas estão acostumadas com a ideia que o Lyft pode estar rastreando-os, esteja ele de fato ou não”, disse Seaon O’Brien, acadêmico visitante do laboratório de privacidade da Universidade Yale, ao Intercept. “E elas estão acostumadas com o fato de que se o Lyft está no Android e disponível na Google Play, talvez o Google também os esteja rastreando. Mas não acho que eles saibam que seus dados são vendidos ou pelo menos redistribuídos por meio destes rastreadores”.

Não há muito o que usuários possam fazer para controlar isso além de instalar nada além de apps confiáveis e de código aberto; de acordo com a análise, muitos dos apps da Google Play têm apenas controles de privacidade temporários ou limitados, o que torna difícil ou até impossível desativar estes rastreamentos. Apesar da pesquisa não ter avaliado o iOS ou a App Store da Apple, segundo o The Guardian, pesquisadores acreditam que os rastreadores estão tão difundidos nesta plataforma quanto no Android. Então fica aqui o lembrete que, sim, você está sendo rastreado e em na maior parte do tempo.

[The GuardianIntercept]

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