Gráfico animado da NASA mostra variação do El Niño de 1950 a 2023

Gráfico se baseia em dados da agência americana NOAA. El Niño e La Niña são fenômenos naturais que influenciam a umidade na atmosfera. Entenda
print do gráfico animado da NASA que mostra variação do El Niño
Imagem: NOAA/NASA/Reprodução

A NASA divulgou na última semana um gráfico animado que mostra como a temperatura da superfície do Oceano Pacífico variou desde a década de 1950 – em especial durante o fenômeno El Niño.

O gráfico, que você vê abaixo, revela a alternância entre temperaturas maiores que a média (em vermelho) e menores (em azul), relacionadas aos fenômenos climáticos El Niño e La Niña.

Os dados têm como base o ONI (Oceanic Niño Index), um indicador da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, na sigla em inglês), agência governamental dos EUA de monitoramento meteorológico.

O ONI é a diferença entre a média da temperatura da superfície do mar em três meses e a média de longo prazo para o mesmo trimestre.

Ele leva em consideração uma área do Oceano Pacífico de 120 a 170 graus de longitude para oeste, a partir do Meridiano de Greenwich, ao longo da linha do Equador. Confira abaixo que área é essa:

mapa que mostra a área do Oceano Pacífico monitorada pela NOAA em relação à incidência do El Niño

A incidência do El Niño (e da La Niña) no oceano Pacífico pode ser identificada nesta área monitorada pela NOAA. Imagem: NOAA Climate.gov/Fiona Martin/Reprodução.

O que é o El Niño

O El Niño é um fenômeno climático natural que aquece as águas na região central e oriental do Pacífico, entre os trópicos. Ele acontece quando os ventos que naturalmente sopram de leste para oeste no oceano enfraquecem ou se invertem. Assim, a água quentinha que geralmente vai do nosso lado para a Ásia, fica por aqui.

La Niña, por sua vez, é um fenômeno contrário. Ele acontece quando os ventos leste-oeste do Pacífico ficam mais fortes – e esfria as águas na região.

Ambos influenciam o transporte de umidade na atmosfera e alteram a distribuição de chuvas em algumas regiões. Segundo a NOAA, a precipitação aumenta na Indonésia e no Pacífico ocidental em anos de La Niña, por exemplo – e diminui com o El Niño.

A agência considera que o El Niño está afetando aquela área monitorada do oceano quando o ONI é de +0,5 ou superior. Isso significa que as águas superficiais estão pelo menos 0,5 °C mais quentes que a média.

Já as condições oceânicas do fenômeno La Niña existem quando o ONI é -0,5 ou inferior. Isso indica que a região está pelo menos 0,5 °C mais fria que a média.

O que o gráfico mostra

O gráfico mostra, por exemplo, como o Oceano Pacífico esteve sob influência do La Niña nos últimos três anos – antes do El Niño se estabelecer, trazendo previsões de temperaturas recordes no planeta pelos próximos cinco anos.

O gráfico animado também evidencia um pico de temperaturas altas no oceano em 2016: o ano mais quente já registrado até hoje, também por conta do aquecimento provocado pelo El Niño.

Na época, o fenômeno causou seca intensa e incêndios florestais na Indonésia, bem como fortes chuvas em partes do nordeste africano.

Niño e Niña costumam se desenvolver entre abril e junho, atingindo seu ápice entre outubro e fevereiro. Essas mudanças de ventos acontecem em intervalos de 2 a 7 anos. Os episódios duram entre 9 e 12 meses, mas alguns podem se manter por aproximadamente dois anos. O nome oficial do fenômeno é ENOS: El Niño-Oscilação Sul.

Você pode conferir, neste link, uma tabela associada ao gráfico animado, que registra episódios frios e quentes no oceano desde a década de 1950.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas