Guerra ao Terror, grande vencedor do Oscar, é menos realista que Modern Warfare

 Mostrando um terrível preconceito contra pessoas grandes e azuis e camarões, a Academia deu o Oscar de melhor filme ontem a Guerra ao Terror (The Hurt Locker). Pintado como um retrato fiel e quase perfeito do exército americano em combate no Iraque, o filme de Kathryn Bigalow tem inúmeras cenas irrealísticas, que qualquer veterano de um Call of Duty recente conseguiria notar.

Mostrando um terrível preconceito contra pessoas grandes e azuis e camarões, a Academia deu o Oscar de melhor filme ontem a Guerra ao Terror (The Hurt Locker). Pintado como um retrato fiel e quase perfeito do exército americano em combate no Iraque, o filme de Kathryn Bigalow tem inúmeras cenas irrealísticas, que qualquer veterano de um Call of Duty recente conseguiria notar.

Há uma cena em que um soldado aparece jogando longamente Gears of War do Xbox 360. O filme é passado em 2004, dois anos antes do jogo ser lançado. Em outra cena, o time sai para uma missão à noite no centro de uma cidade insurgente, depois de um atentado, e ninguém usa óculos de visão noturna. Há uma batalha de snipers a 800 metros de distância é meio absurda. O americano acerta um alvo em movimento (correndo, mais precisamente) a 800 metros de distância. Nem os cheaters com quem eu jogava Counter-strike conseguiam isso. 

Se você quiser ser ainda mais chato, pode lembrar que os militares americanos do filme deixam de falar gírias comuns (como o Hoo-ah! que vemos em jogos), ou que os carros e trajes usados em Guerra ao Terror também só começaram a ser usados de fato vários anos depois. Há diversos artigos na internet discutindo essas imprecisões (como esse, resumido).

Isso tira o mérito do filme? Bem, bem pouquinho, e só se você for meio chato. O principal ponto de Guerra ao Terror é pintar um retrato das tropas no Iraque e, em cada uma das cenas, de maneia implícita, mostrar a loucura da guerra. Ele não tem história, é passado em uma série de missões de um esquadrão, que te deixam sem respiração e com um monte de dúvidas quando termina. Não é um filme cabeça, mas pode ser meio estranho para a maioria das pessoas.

Acho que eu contei tudo isso só para lembrar de uma história clássica. Os meus amigos megafãs de Senhor dos Anéis foram ver o filme na estréia em bando, dezenas de nerds que iam a festas medievais e jogavam RPG. Entre elas, havia alguns radicais sobre a obra de Tolkien. Um cara achou a adaptação meio ruim. Em uma dada cena do Legolas, o figura comentou: "Até parece que um elfo atira com arco assim." 

Porque, afinal, todo mundo já treinou arco-e-flecha com elfos, certo?

Guerra ao Terror pode ser pouco realístico? Sim. Mas considerando que o principal concorrente era passado em um planeta com montanhas suspensas… 

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