Guerra na Ucrânia fará emissão de carbono bater recordes

Tanques, aviões, trens, carros e ônibus: todos contribuem para que um índice altíssimo de emissões de carbono na guerra
Imagem: Pixabay/Reprodução

Além da guerra armada entre a Rússia e Ucrânia, existe uma outra sendo travada paralelamente e com os mesmos protagonistas: a emissão de carbono feita pelos dois exércitos que terá resultados horríveis para humanidade porque a expectativa é de piora e que derrube recordes negativos.

Antes mesmo do início da guerra, muito se falava –foi um dos principais assuntos da COP-26–  sobre a redução das emissões de carbono, visando desacelerar e controlar o aquecimento global. Entretanto, o sinal de alerta está piscando e parece impossível de ser desligado a partir de agora.

Como a guerra pode fazer as emissões baterem recordes

Tanques de guerra, aviões, armamentos, trens, carros, ônibus, prédios, todos esses são distribuidores primários para essas emissões incontroláveis.

Além da queima da óbvia queima de combustível por todos os veículos terrestres e aéreos, o peso de cada um deles, implica ainda mais para essa liberação de carbono, por exemplo, veículos militares estão fornecendo um fluxo constante de suprimentos para a Ucrânia –uma das maiores e mais rápidas transferências de armas da história, isso contribui diretamente para uma grande emissão.

Além dos veículos, os aviões cheios de armas e explosivos, os prédios que pegam fogo, até uma “simples” ruptura de uma saída de gás de cozinha colabora para essa piora. Mas além do acontece nos dois países europeus, esses gases são distribuídos pelo mundo.

A partir do momento em que um número maior de veículos, aviões e outros meios de transporte estão levando refugiados a outros países, isso também gera uma emissão e distribuição de carbono, que pode ser impossível de ser medido, segundo especialistas.

Pesquisadores do Observatório de Conflitos e Meio Ambiente disseram em relatório que, em 2019, as emissões militares na União Europeia foram iguais às de 14 milhões de carros. “É uma estimativa bastante conservadora”, diz Linsey Cottrell, oficial de política ambiental da instituição  e coautora do relatório. “À medida que os gastos militares aumentam, também aumentam as emissões de gases de efeito estufa associadas.”

Como medir as emissões

Calcular exatamente quanto carbono foi emitido até agora nesta guerra em particular, é tarefa difícil, já que, por exemplo, para saber quanto o exército está queimando, pesquisadores precisam se basear em quanto de combustível eles estão usando nos confrontos, mais o que eles estão levando de munição.

Tudo isso porque os militares não são obrigados pelo Acordo de Paris, a relatar suas emissões, então os pesquisadores precisam selecionar dados escassos para fazer suas estimativas.

Entretanto, classificar as emissões da guerra se resolve apenas calculando quanto combustível um exército queima quando seus veículos estão funcionando normalmente. O que acontece quando esses veículos são explodidos também importa.

Quando a guerra chegar ao fim, pesquisadores do mundo inteiro terão que fazer uma contagem de quanto de carbono cozinhou.

E esses números precisam considerar da queima de combustível e munição de um tanque destruído, lançamento de um míssil que provoca explosões, casas que ficaram sem energia elétrica e precisaram queimar combustível em seus geradores até nações vizinhas que aumentaram seus exércitos nas fronteiras para se protegerem.

Assim como as explosões, a migração em massa de pessoas durante a guerra também requer energia. Até agora, cerca de dois milhões de pessoas deixaram a Ucrânia de trem e ônibus, isso também implica para o aumento das emissões de carbono e as levam para os recordes.

Ou seja: o conflito está prestes a exacerbar a crise climática.

Leia tambem: Rússia é banida de projeto nuclear mundial.

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