[Hands-on] LG Prada 3.0: não é para você
“Um smartphone de R$2.099 que vem com Android 2.3?!”. Calma, antes de você comentar isso, vamos tentar entender o que é o LG Prada 3.0, primeiro smartphone criado pela parceria ítalo-coreana e que chega exclusivamente pela operadora Vivo. O que podemos dizer desde já é simples: ele não é o tipo de smartphone que você, caro leitor, pretende colocar no bolso.
O Prada 3.0 é um smartphone… diferente. Na mão, ele é provavelmente um dos aparelhos mais interessantes da LG nos últimos anos, com um design limpo, bonito e arredondado, com boa empunhadura. A traseira, além de ostentar o nome da marca chique italiana, “imita” couro. As aspas são necessárias porque é necessário apenas um simples toque para perceber que trata-se de um plástico com ranhuras. No topo, ele traz um botão curioso, que abre a câmera frontal automaticamente, algo que a LG chama de “modo espelho”, para as meninas verem como está a maquiagem, o cabelo, o batom, a couve no dente — ou, caso você esteja passando loja da Vivo, dá pra ver se aquela remela saiu.
Por dentro do aparelho, o Android 2.3.7 foi o escolhido. O motivo? Como a Prada queria fazer uma gigantesca customização no sistema, a LG não achou necessário fazer isso no Ice Cream Sandwich — e disse até que era mais fácil mexer em tudo na versão mais antiga. E a mudança é realmente agressiva, já que todo o sistema é em… preto e branco. Sim, preto e branco. Mas de um jeito bem classudo, devemos admitir. Os ícones são bem bonitos, os menus também, mas é só rolar o app drawer para ver o colorido dos apps do Google, que felizmente estão lá, intactos. Há poucos apps embarcados, e a Prada fez questão de remover todos os jogos — um conceito estranho, mas que discutiremos já já.
A tela do aparelho tem 4,3 polegadas com uma defasada resolução de 480 por 800 pixels, ele é relativamente leve e fino (8,5mm de espessura, 138 gramas), o processador de 1GHz é dual core e a câmera é de 8 megapixels. Seria um belo aparelho se a presença do nome Prada não jogasse seu preço lá no espaço. R$2.099 é o preço do smartphone mais atual do mercado, o Galaxy S III, que conta com todo tipo de nova tecnologia. O LG Prada 3.0, se não estampasse o nome da marca italiana e custasse lá na casa dos R$1.000, faria frente com gosto ao Galaxy S II Lite, por exemplo.
A questão é que a LG sabe que esse aparelho não é para todos: eles buscam um nicho específico, de pessoas ligadas ao mundo da moda, gente que a empresa deve acreditar que verá o aparelho e dirá “nossa que looshoooo kkkk #aloka”. O problema é que esse é um nicho pequeno, e eu tenho sérias dúvidas se esse tipo de posicionamento chama a atenção dessas pessoas. Carregar o nome de uma marca no celular ou comprar um iPhone ou um Galaxy S III, mais limpos, mais bonitos e que, bem, acessam todos os sites de moda e todos os aplicativos relacionados a este mundo? Na minha cabeça, esse tipo de imposição específica para um nicho é algo cada vez mais sem sentido. Da mesma forma que não faria sentido dizer que esse celular faz mais sentido sair no Jezebel, entende?
O lado bom do lançamento do Prada 3.0 é que ele é um aparelho bonito, e a LG diz que ele é a base de design para toda a linha 2012 da empresa. Ou seja, eles pegarão essas linhas para lançar aparelhos unbranded, mais baratos, provavelmente com configurações e tecnologias melhores, e que fazem mais sentido para você, leitor. O LG Prada chega inicialmente com exclusividade da Vivo e deve chegar às lojas da operadora nas próximas semanas.