[Hands-on] Xbox Music: o serviço perfeito de música… se você estiver no ecossistema da Microsoft

Nós sabíamos há algum tempo que a Microsoft estava trabalhando em um serviço de música, e finalmente tivemos a chance de experimentá-lo em primeira mão. O Xbox Music é exatamente o que você quer em um serviço de streaming e armazenamento: ele é completo, de uma forma que o Spotify, Amazon, e até mesmo o […]

Nós sabíamos há algum tempo que a Microsoft estava trabalhando em um serviço de música, e finalmente tivemos a chance de experimentá-lo em primeira mão.

O Xbox Music é exatamente o que você quer em um serviço de streaming e armazenamento: ele é completo, de uma forma que o Spotify, Amazon, e até mesmo o iTunes não são. A nova plataforma da Microsoft para música, basicamente, é maravilhosa (pelo menos nos EUA).

Mas por enquanto, ela só é maravilhosa caso tudo o que você use seja da Microsoft. Senão, melhor esperar um pouco.

O que é o Xbox Music?

Basicamente, o Xbox Music são dois serviços distintos, porém unidos: o Xbox Music Pass e a Xbox Music Store. O Music Pass é um serviço de streaming que substitui o Zune Music Pass com uma opção freemium e um plano de US$ 10 por mês, semelhante ao Spotify ou Rdio. Na opção freemium, você recebe streaming ilimitado no Windows 8 em PCs ou tablets, enquanto a assinatura de US$10 permite baixar músicas para ouvi-las offline, além de usar o serviço em seu Xbox e Windows Phone.

Por sua vez, a Xbox Music Store é semelhante a qualquer outra loja de música digital, como o iTunes. E, felizmente, ela cobra música em dinheiro, não em Microsoft Points.

Poderemos usar o Xbox Music no Brasil? Ainda não sabemos. O streaming gratuito chega a 15 países no lançamento, enquanto o Xbox Music Pass e a Xbox Music Store chegam a 22 países – a Microsoft só não diz quais. Mas eles prometem: “continuaremos levando o Xbox Music a novas regiões… durante todo o ano que vem”.

A maior vantagem (e desvantagem)

A diferença aqui é que o streaming e sua música comprada ficarão lado a lado no aplicativo padrão de música. Então você não precisa alternar entre o que você possui e que está disponível para streaming. Isso parece pouco à primeira vista, mas ter em um só lugar a biblioteca de música, um app, e uma loja muda radicalmente a forma como você lida com música no computador.

Quer dizer, o serviço é ótimo, mas o que mencionamos aqui vale apenas se você está no ecossistema da Microsoft. O Xbox Music será lançado nesta terça-feira no Xbox, que receberá uma atualização no dashboard; e usuários do Windows 8 e Windows Phone 8 poderão acessá-lo quando forem lançados oficialmente em 26 de outubro.

Mas o Xbox Music não estará disponível para iOS, nem Android, nem OS X no lançamento. A Microsoft diz que levará o serviço a outras plataformas “dentro de um ano”, tentando fazer isso muito antes. Por enquanto, toda essa funcionalidade só vale se você estiver usando coisas da Microsoft.

Ah sim, o Windows 7 e Windows Phone 7/7.5 não serão atualizados com o novo app: você precisa usar o Zune, que não tem as melhores novidades do Xbox Music. É uma pena.

O serviço de nuvem quase perfeito

Em se tratando de streaming, o serviço será como outros serviços conhecidos. O período freemium do Xbox Music dura seis meses. No lançamento, serão 18 milhões de músicas disponíveis para streaming nos EUA, e um total de 30 milhões ao redor do mundo.

Para adicionar músicas de streaming à sua biblioteca ou a listas de reprodução, basta usar ícones nos próprios álbuns ou músicas individuais. Você pode adicioná-los à sua biblioteca global, ou a listas de reprodução individuais, ou optar por baixar a música. Você também pode configurar sua conta para fazer download automático de todas as músicas que você adicionar à sua coleção. Você não pode, no entanto, escolher quais músicas você deseja enviar para o celular (como no Rdio): ou você envia todas, ou tem que baixá-las uma de cada vez no seu celular.

Assim como o Spotify, o Xbox Music Pass também usa download progressivo, em vez de streaming puro, para melhor reprodução de música. Em se tratando de qualidade, a música é enviada em WMA a 192kbps, e músicas compradas vêm em MP3 256kbps. Onde eu testei o serviço, o Wi-Fi não estava muito bom, mas o processo de encontrar uma música, tocá-la e adicioná-la a uma lista era bem simples, e a reprodução era consistente mesmo em uma conexão bem inconstante.

Para arquivos de música locais que você adiciona à sua biblioteca, o Xbox Music meio que funciona como o Google Play Music, com um pouco de iTunes Match no meio. Ele usa um processo de “varredura e combinação” para ver se você carregou faixas que ele possui em arquivo; se for o caso, vcê poderá fazer streaming da música a partir da nuvem, mesmo que ela não esteja disponível no serviço de streaming do Xbox Music.

Acreditamos que a maioria de suas músicas será reconhecida pelo serviço. E se não for, você ainda pode baixá-las no seu celular, mas aí você não poderá ouvi-las por streaming como no Google Play Music. Ou seja, você não fará streaming de aulas gravadas ou gravações de música ao vivo que você transferiu.

Música para todos (ou quase)

Para muita gente, o Xbox Music vai parecer apenas música de graça no computador. O Xbox Music é o player padrão do Windows 8 (que não estava no RTM que analisamos), e seu modo gratuito é ativado por padrão, se você configurar o Windows com uma conta Live que tenha um cartão de crédito associada a ela. Ele pergunta ao usuário se ele concorda com os termos da versão gratuita, e pronto: um clique e você está ouvindo música em streaming, e de graça. É bem impressionante.

Mas se você não tiver um cartão de crédito na conta Live, ou ainda não tiver uma conta, você será solicitado a fazer a dança típica do cadastro, para então adicionar um cartão de crédito, e em seguida aceitar o streaming gratuito. Ele exige o cartão porque o serviço vai cobrar US$10 por mês depois que acabar o período de testes (seis meses). Todas as assinaturas Zune Pass antigas serão automaticamente convertidas em contas Xbox Music.

Esta é uma investida bastante agressiva contra Spotify, Rdio, Pandora e outros. Os recursos “Smart DJ” e “Smart VJ” estão sendo oferecidos como um substituto para o Pandora, ao sugerir músicas e vídeos baseados no que você costuma ouvir ou ver. Mas, de novo, como o serviço não estará disponível em outras plataformas, isso deve ser mais que o suficiente para afastar diversas pessoas – especialmente dado que o Windows 7 e WP 7.5 não terão nenhum desses novos recursos.

No Xbox

O “Xbox” em Xbox Music talvez engane um pouco: a premissa central do Xbox Music não é ser um serviço de música para o console – ele é uma consolidação e aperfeiçoamento de outros serviços. Mas é claro que o serviço está no Xbox, e funciona muito bem. Você pode controlá-lo com o app SmartGlass no Windows 8, ou no Windows Phone.

Você pode tocar música a partir de sua biblioteca ou listas de reprodução, ou usar o “Smart DJ” e “Smart VJ” para tocar músicas e vídeos baseados em coisas que você já ouviu/viu – mas isso não é exclusivo do Xbox. E coisas como usar comandos de voz do Kinect são um truque bacana, mas têm lag demais para realmente impressionar, ou para ser algo que você realmente usaria sempre.

O benefício real é na beleza da interface: tocar uma música no Xbox 360 usando o Xbox Music é um milhão de vezes mais bonito que na interface da Apple TV. A foto do artista, junto à capa do álbum e informações sobre a música, ficam lado a lado de forma dinâmica e ocupam toda a tela, em vez da tela preta na Apple TV com uma única foto.

Mas ele ainda pode melhorar

Tudo isso soa muito bom. Então qual é a má notícia? Ela vem em alguns níveis. O primeiro problema é o maior, e também o mais previsível. Não fornecer uma solução multiplataforma no lançamento é uma pena, mas provavelmente tinha que ser assim. Afinal, a Microsoft queria um serviço exclusivo para o lançamento com o Windows 8, e o licenciamento para o serviço deve ser algo bem complicado. Acho que dá para acreditar na promessa da Microsoft, de que veremos o Xbox Music em outras plataformas em “menos de 12 meses”, mas por enquanto não é o caso. Sim, muitas pessoas já têm Xbox, mas em geral queremos música em streaming nos smartphones ou no computador.

Outra coisa é que, apesar do design bem-feito e moderno, o app sofre de alguns dos mesmos problemas do Windows 8 como um todo, com suas opções limitadas. A sincronização de música para o celular, por exemplo, é uma tarefa árdua. Algumas opções mais detalhadas tornariam o app muito mais fácil de navegar. Também seria bom se o suporte à nuvem para arquivos locais não reconhecidos estivesse disponível no lançamento. São pequenos detalhes, mas se juntam e fazem a experiência em geral parecer incompleta.

Será difícil para serviços como Spotify e Rdio competir com a Microsoft, que coloca uma opção fácil para assinar o Xbox Music no Windows 8, e com um clique. E ao contrário de concorrentes à Windows Store, como o Steam, não há nada que impeça os usuários de trocar de serviço.

Entrar no Xbox Music é algo óbvio a se fazer se você usar o Windows 8 e o Windows Phone 8: há poucos motivos para usar outro serviço. Mas para a maioria das pessoas, por enquanto, ainda há poucas razões para migrar. [Xbox Music]

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