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Sonda Hayabusa2 prepara sua viagem de volta à Terra, com amostras do asteroide Ryugu na bagagem

Após dois pousos bem-sucedidos na superfície do Ryugu, a sonda japonesa Hayabusa2 está colocando sua preciosa carga nas malas e se preparando para trazer amostras do asteroide na viagem de volta à Terra. Após chegar ao asteroide em junho de 2018, a Hayabusa2 realizou dois pousos. O primeiro, em 21 de fevereiro de 2019, foi […]

Visão do asteroide Ryugu captada pela Hayabusa2. Crédito: JAXA

Após dois pousos bem-sucedidos na superfície do Ryugu, a sonda japonesa Hayabusa2 está colocando sua preciosa carga nas malas e se preparando para trazer amostras do asteroide na viagem de volta à Terra.

Após chegar ao asteroide em junho de 2018, a Hayabusa2 realizou dois pousos. O primeiro, em 21 de fevereiro de 2019, foi realizado para coletar amostras diretamente da superfície de Ryugu. O segundo, em 11 de julho de 2019, foi para coletar materiais de regiões mais profundas. Depois de fazer história, chegou a hora de planejar a viagem de retorno.

As evidências fotográficas e de vídeo de ambos os encontros sugerem que deu tudo certo na coleta de materiais. Mesmo assim, não teremos certeza disso até que a sonda traga os recipientes de volta à Terra, o que deve acontecer no final de 2020.

A Hayabusa2 ainda tem algum trabalho a fazer em torno de Ryugu. Mesmo assim, a JAXA (a agência espacial japonesa) já está preparando a sonda para sua jornada de retorno de 300 milhões de quilômetros. Na segunda-feira (26), a agência espacial conduziu um procedimento bem-sucedido: ela conseguiu colocar a vasilha com amostras dentro da cápsula de reentrada da sonda.

Tradução: Em uma operação hoje (26 de agosto), o coletor de amostras foi armazenado na cápsula de reentrada (veja a figura). As equipes de amostradores e cápsulas se reuniram para assistir e a operação foi concluída com sucesso. A cápsula está pronta para o retorno à Terra!

Ao contrário da primeira missão Hayabusa, de 2010, na qual a sonda e a cápsula entraram novamente na atmosfera da Terra, apenas a cápsula da Hayabusa2 aguenta a reentrada. A sonda deve permanecer no espaço e possivelmente participar de uma futura missão, ainda a ser determinada.

Atualmente, a JAXA está pedindo permissão do governo australiano para usar seu território para o pouso da cápsula de reentrada. A agência espacial japonesa cogita fazer isso no território restrito de Woomera. Para isso, ela precisa que a Austrália conceda permissões especiais de acesso. Além disso, será necessária uma aprovação para construir uma estação de antena para rastrear a descida da cápsula.

A JAXA está preparando os documentos necessários, incluindo planos de coleta e segurança. A data exata e a área de pouso precisa dentro da Área Proibida Woomera ainda precisam ser determinadas.

Possível local de recuperação na Área Proibida Woomera, na Austrália. Imagem: JAXA

Caso a agência receba as permissões necessárias, uma equipe localizará e recuperará a cápsula após o pouso e a entregará ao Japão para análise. Ao estudar os fragmentos de poeira e rocha que (se tudo correr bem) estarão nela, os cientistas esperam aprender mais sobre a origem do sistema solar e, na melhor das hipóteses, sobre os materiais orgânicos que tornaram possível a vida na Terra.

Antes de tudo isso acontecer, no entanto, o Hayabusa2 ainda tem uma tarefa importante a ser executada: a implantação do veículo MINERVA-II2. No início da missão, a sonda implantou os dois rovers que compunham o MINERVA-II1. Foram eles que registraram algumas imagens espetaculares da superfície do asteroide.

Como a JAXA explicou em uma ficha técnica (PDF), um teste da implantação será realizado no dia 5 de setembro de 2019. Mais detalhes sobre a missão serão liberados a no final do mês.

Falando em MINERVA-II1, a JAXA recebeu um sinal de um dos rovers em 2 de agosto de 2019. O asteroide Ryugu está atualmente viajando na direção ao Sol, o que aparentemente fez com que os dois acordassem da sua “hibernação”, de acordo com um comunicado da agência.

Com este inesperado reaparecimento do MINERVA-II1, a JAXA planeja o que fazer agora que seus veículos voltaram à atividade. Como o MINERVA-II1 é capaz de se locomover de um local para outro na superfície, mais descobertas devem vir por aí.

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