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A história dos dois anos do Gizmodo Brasil

  Há exatamente dois anos, neste endereço, uma contagem regressiva deu lugar a este site. O Gizmodo Brasil.

Há exatamente dois anos, neste endereço, uma contagem regressiva deu lugar a este site. O Gizmodo Brasil.

Há alguns detalhes técnicos importantes antes desta data. A primeira reunião de sócios, a conversa com o pessoal da Gawker para a compra da licença, a sede incubada dentro de outra empresa. Assuntos que o Adriano, nosso chefe, pode explicar melhor. Essas coisas de negócios que eu, honestamente, me interesso menos. Mas como ele pediu para eu escrever este post, essa é a historinha do Giz BR pela minha visão.

Lembro que estava em Brasília com a família, escrevendo reportagens para um especial da Superinteressante (para onde escrevia frequentemente) sobre Tecnologia. Já com o Gizmodo saindo do papel, o Adriano precisava formar o time e me mandou um e-mail, por indicação de um editor da revista. Ele perguntou se eu poderia estar lá numa quarta-feira à tarde para conversar com ele. Respondi quase imediatamente que estava marcadíssimo, que eu conhecia o Gizmodo, e estaria lá. Estava em Brasília, como falei, e o e-mail foi enviado na terça. Na quarta, estava numa sala de reuniões com o Adriano, um pouquinho atrasado (fui direto do aeroporto). Acho que o ele não sabia deste detalhe. Pois é. Eu queria um bocado trabalhar aqui.

Na semana seguinte estava com uma mesinha nos escritórios da empresa de um dos sócios. Estávamos "incubados". Quem tocou o site no primeiro momento foi o grande chapa Fabio Sabba, antes editor na revista Época. O Emerson Kimura e Victor Soares cuidavam das traduções. Eu era o editor de brand content, e ia para reuniões com o Adriano para tentar convencer os anunciantes que além de comprar banners em um blog que mal tinha entrado no ar, seria legal ter sites permanentes ou temporários com conteúdo interessante para o leitor. Eu realmente acreditava na ideia. E o melhor: vários anunciantes e agências também. Se não fosse a coragem deles, o Gizmodo não estaria no ar. 

À época, batíamos o escanteio e cabeceávamos, como dizem por aí. Escrevia para a Trendy House Pepsi e o saudoso HP Spot, ia a reuniões, fazia relatórios e projetos, e escrevia algumas coisinhas para o Giz. O site foi ganhando corpo, com a ajuda do canal de Tecnologia do Terra (Eva!), que volta e meia mandava hordas de pessoas atrás de um post interessante, e que faziam nosso servidor cambalear. Muitas dessas pessoas ficaram por aqui e viraram leitores fiéis (Caroleta!).

Em março o Sabba saiu e assumi o seu lugar. A audiência estava aumentando e nossos posts foram amadurecendo: aos poucos não só traduzíamos, como adaptávamos e acrescentávamos coisas ao original do Gizmodo US. Cobrimos mais notícias e lançamentos daqui, incitamos grandes discussões. O time mudou mais um pouco. Tivemos um estagiário, o multitarefa Kelvin Morcillo, e alguns colaboradores eventuais. Aos poucos o time atual foi se formando. Aliás, o nosso novo trio fixo (além de mim, na parte editorial) entrou no Giz por vias curiosas, que dão uma ideia da cara da empresa.

Eu seguia Fabio Bracht, editor do bacanudo Continue, no Twitter. Um belo dia de abril de 2009, vi o cara discutindo com outro como as traduções do Gizmodo eram problemáticas (eles usavam outros termos). Desafiei ele a fazer algo melhor, um freela aqui e ali. Ele curtiu a ideia e está por aqui até hoje.

Dois meses depois, no dia 1° de junho, Felipe Ventura, estudante de Economia da USP, mandou um e-mail falando logo na primeira linha "quero trabalhar no Gizmodo", assim em negrito. Ele dizia que uma dica dele havia sido publicada no Lifehacker, que tinha um blog sobre um celular, que adorava o site. Felipe dizia que podia fazer qualquer coisa aqui, de dar dicas sobre hacks em dumbphones a servir cafezinho, passando por trabalho administrativo ou tradução. Nós poderíamos contar com ele, o importante estava em negrito. Para dar ideia de que ele sabia das coisas, já mandou um post que ainda não havíamos traduzido, com um texto impecável. Em poucos dias ele já estava trabalhando como estagiário, e depois, como efetivo.

O último a aparecer do atual quarteto foi o Leo Martins. Estávamos atrás de mais um repórter/tradutor e tinha dificuldade de achar alguém com o perfil gizmodiano. Leo estava há muitos meses estagiando na revista Info, já era versado em gadgets, mas tinha que escrever àquela maneira mais certinha das revistas da Abril. No dia 22 de abril ele começou a me seguir no Twitter, não por eu ser editor de tecnologia "concorrente", mas porque havia falado de um clipe legal de uma banda que por acaso gostávamos muito. Quando vi o e-mail de novo seguidor, reconheci o nome da Info. Será que ele poderia trabalhar aqui? Fui atrás de um outro site para o qual ele escrevia muito esporadicamente, com o sensacional nome de Nós, da Crítica Especializada. Vi que, além de um gosto estranho por música assustadoramente parecido (Karate!), ele tinha a verve literária e o humor para aparecer nessas páginas. Ele não pensou muito quando fiz o convite, pediu as contas lá na Abril e acho que ele está feliz aqui. Ele está, na verdade, por contrato.

Eu fiquei nos três exemplos que vocês convivem de maneira mais próxima, mas poderia ir além. O José Roberto deixou a empresa que dava suporte de TI para virar o nosso faz-tudo de tecnologia, cheio de ideias e projetos e comentarista costumaz. A Renata Mesquita, que já trabalhou em sites, revistas e assessorias importantes, de repente estava escrevendo pra gente em alguns brand channels. Tomou gosto, ficou cada vez melhor na coisa, e me substitui (muito melhor) como editora de brand content. O André Chaves deixou o marketing do Valor Econômico para apostar no mundo digital. O próprio Adriano, antes de estar aqui, era editor-chefe do Fantástico. 

Meu ponto é: algo bem grande nos uniu. Tínhamos outras opções, talvez mais fáceis, talvez até mais lucrativas, mas apostamos em um negócio apaixonante. O Gizmodo é algo maior que a gente. Porque ele é não é só o site para o qual trabalhamos, mas é o nosso ponto de encontro, de certa forma. Nosso, equipe editorial e você, leitor. Você que literalmente já virou meu amigo em muitos casos. Que passa por aqui ao menos uma vez por dia, para se informar, divertir e colorir o site. Ele não teria metade da graça sem vocês. Parabéns.  

Eu sou o jornalsita mais feliz do mundo, sério. De ter esse tanto de gente boa trabalhando e comentando junto. Eu rio das coisas que eu vejo no site, leio uma quantidade absurda de comentários (até porque acho que é uma maneira de mudar o mundo), e testo os brinquedos mais sensacionais. Fico feliz e honrado de poder escrever essa mensagem de aniversário, a segunda de muitas.

De novo, muito obrigado.

Sério mesmo.

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