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O Hoverboard da Lexus é real, mas o funcionamento dele não é tão simples quanto parece

A Lexus divulgou um vídeo com um hoverboard há algum tempo, e agora algumas pessoas tiveram a chance de testá-lo: ele existe mesmo.

A Lexus brincou com a nossa imaginação ao divulgar um vídeo com hoverboard funcional. A empresa prometia uma prancha que poderia flutuar alguns centímetros acima do chão. Mesmo estando longe do que vimos em De Volta Para o Futuro 2, o fato fez o Marty McFly dentro de cada um de nós dar pulinhos de alegria. Mas essa felicidade vai durar pouco: o hoverboard de fato existe e ele funciona mesmo. Só que ele foi feito apenas para o comercial (leia-se: não será comercializado) e está longe de funcionar como o do filme, ou até mesmo como um skate normal.

Conforme explicamos, o hoverboard da Lexus está em desenvolvimento há mais de 18 meses por equipes na Alemanha e em Londres. Ele flutua graças ao poder de supercondutores resfriados a nitrogênio líquido (é inclusive por isso que ele solta fumaça pelos lados), algo mais ou menos parecido com os trens-bala do Japão. O protótipo foi testado por skatistas profissionais em uma pista construída especialmente para o hoverboard em Barcelona, na Espanha.

A Lexus convidou jornalistas de diversos canais para testar o hoverboard. E mesmo que a ideia pareça incrível, na prática ela atinge resultados infelizes.

Conforme explica o Jalopnik, quando parada e sem ninguém sobre ela, a prancha chega a atingir cerca de 10 cm acima do chão. Quando o skatista profissional Ross McGouran fica sobre ela, a prancha flutua a 5 cm acima do chão, porém: “Como eu sou uns 40 kg mais pesado que McGouran, quando eu subo na prancha, o meu peso a deixa apenas 2,5 cm acima do chão”, explica Robb Holland, do Jalopnik.

Além disso, por serem dois ímãs que controlam a flutuação, um de cada lado, a sensação quando se está sobre a prancha é a de estar caminhando sobre uma corda bamba. E caso o usuário não saiba distribuir bem o próprio peso por ela (o que ocorre bastante), os 2,5 cm não serão altos o suficiente para evitar que a base toque o chão. “O deslize suave que eu esperava ter ocorreu por apenas alguns instantes, já que me equilibrar provou ser o maior desafio”, explica o repórter do The Verge.

Para flutuar, a prancha precisa ser resfriada; e para resfriá-la é usado nitrogênio líquido que pode atingir até -180 °C. Cada passeio com o hoverboard “carregado” dura cerca de 20 minutos, dependendo do peso do skatista e da temperatura ambiente. Quando a prancha “descarrega”, é necessário preenchê-la com mais nitrogênio líquido — o que leva mais ou menos 20 minutos também.

Além disso, existe um outro ponto negativo: o hoverboard não pode ser usado em qualquer lugar. Ele funciona apenas na pista construída pela Lexus e sobre os trilhos traçados dentro dela — que foram muito bem escondidos, como aponta o The Verge:

O parque é feito de madeira que foi pintada para parecer cimento, com uma pista magnética que foi claramente coberta com algum tipo de adesivo para escondê-la. Strike um: a prancha da Lexus não pode ser usada em qualquer lugar que você queira. Marty McFly ficaria desapontado.

O The Verge aponta ainda que a prancha nem mesmo foi feita pela Lexus, mas, sim, por uma agência de publicidade contratada por ela. E, não, a prancha não será comercializada. Mesmo porque não existiriam lugares adequados para usá-la — não dá para levar o hoverboard para a uma pista de skate e utilizá-lo como um skate normal — e não dá para comprar nitrogênio líquido por aí da mesma forma que compramos galões d’água.

O hoverboard da Lexus, infelizmente, não passa de uma jogada de marketing da fabricante de veículos para promover a marca. Diferente da Hendo, que trabalha para tornar o hoverboard uma realidade.

A tecnologia existe, precisa avançar, mas existe. Ainda estamos longe de um skate igual ao de Marty McFly e não será a Lexus que vai trazer o hoverboard para o mundo real.

[The VergeJalopnik]

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