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Huawei P40 aposta em múltiplas câmeras e vídeos até da Lua para enfrentar competição

Novos aparelhos de topo de linha da Huawei, P40, P40 Pro e P40 Pro+ têm múltiplas câmeras, zoom óptico e loja de apps própria para driblar bloqueio.

Huawei P40 Pro Plus

Huawei P40 Pro Plus. Crédito: Huawei

A Huawei apresentou nesta quinta-feira (26), em evento transmitido pela internet, os smartphones P40, P40 Pro e o P40 Pro+. Como destaque, os aparelhos têm múltiplas câmeras, carregamento superrápido e uma série de funções espertas possibilitadas por inteligência artificial.

Os aparelhos estarão disponíveis em abril com preço sugerido de 799 euros (P40/ 8GB de RAM e 128 GB), 999 euros (P40 Pro/8GB de RAM e 256 GB) e 1.399 euros (P40 Pro+/8GB de RAM e 512 GB) — este último só estará disponível em junho. É possível que os aparelhos desembarquem por aqui, mas não sabemos quando. Daniel Dias, gerente sênior da Huawei Brasil, em entrevista ao Mobile Time, disse que a marca pretende trazer para o País seus principais lançamento.

A série P da Huawei é mais ou menos o que a série S é para a Samsung — aparelhos de topo de linha lançados no primeiro semestre. Então, os aparelhos têm os principais recursos que a marca pode oferecer.

De modo geral, os três aparelhos contam com o chip HiSilicon Kirin 990, que também está presente no Mate 30, lançado no ano passado. O diferencial deles está no número de câmeras e no acabamento. O P40 é o mais simples, com três sensores na traseira; o P40 Pro conta com quatro sensores e o P40 Pro+ tem cinco câmeras, além de um acabamento de cerâmica.

A tela do P40 é de 6,1 polegadas e resolução FullHD, com um furo para uma câmera selfie de 32 MP f/2.2. Na traseira, ele conta com três câmeras, a saber: 50 MP f/1.9, 16 MP ultra-grande angular f/2.2 e 8 MP telefoto 3x f/2.4. A título de curiosidade, o sensor principal da linha P40 tem 50 megapixels e é maior que os sensores do iPhone 11 Pro Max e do Galaxy S20 Ultra, com 1/1,28″ de tamanho. Além disso, os pixels têm 2,44 µm.

Quanto à bateria, a capacidade é de 3.800 mAh com um carregador de 22,5 W. Para armazenamento interno, ele conta com 128 GB e 8 GB de RAM.

Como no P30 Pro lançado no ano passado, o sensor de digital ficará sob a tela, só que 30% mais rápido que o seu antecessor, e ele ainda conta com NFC e resistência à água IP53.

Já o P40 Pro tem uma tela de 6,58 polegadas OLED Full HD com taxa de atualização de 90Hz. No display, no lado esquerdo superior, há dois “buracos”, sendo uma câmera selfie de 32 MP f/2.2 e um sensor de infravermelho para reconhecimento facial 3D.


Câmera selfie dos smartphones P40. Crédito: Captura de tela

Na traseira, são quatro sensores: um 50 MP f/1.9, um de 40 MP ultra-grande angular f/1.8, um de 12 MP telefoto 5x f/3.4 e um sensor ToF (time of flight) 3D.

Por fim e não menos importante tem o P40 Pro+, cujo diferencial é ter um acabamento de cerâmica e cinco câmeras na traseira, na seguinte configuração: 50 MP ultra vision wide f/1.9, 40 MP ultra-grande angular f/1.8, 8 MP telefoto 10x f/4.4, 8 MP telefoto 3x f/2.4 e um sensor ToF 3D.

Especificações à parte, a Huawei falou muito de recursos de inteligência artificial nas câmeras. O Golden Snap usa aprendizado de máquina para escolher a melhor cena ao captar diversos quadros ao mesmo tempo. Já o Remove Reflection, como o nome sugere, ajudará a tirar o reflexo da cena, sobretudo em situações em que se captura algo através de um vidro.


Traseira do Huawei P40+. Crédito: Huawei

Na parte de vídeo, o P40 Pro e o P40 Pro+ conseguirão fazer timelapse em 4K e captar vídeo com dois sensores ao mesmo tempo. Este pode ser um recurso interessante para quem trabalha com vídeo para poder ter duas opções de corte, assim dá para manter um sensor com zoom em um objeto e usar uma ultra-grande angular para ter uma visão do todo da cena. A câmera ultra-grande angular é uma SuperSensing Cine, com bons recursos de vídeo. Ela junta 16 pixels em um para melhorar a captura de luz e tem ISO de 51200 para fazer vídeos mesmo em condições de baixa luminosidade.

Outro recurso dos dois telefones com mais recursos é a possibilidade de fazer vídeos usando o zoom híbrido de 100x dos aparelhos. Se o P30 do ano passado possibilitava tirar fotos da Lua, com o P40 e o P40+ a marca diz ser possível fazer vídeos do satélite natural da Terra.

Como a LG, a Huawei quis investir também em controles por gestos. Então, em seus telefones, será possível navegar pelo telefone arrastando com a mão para poder, por exemplo, percorrer uma notícia ou a timeline de alguma rede social. Um movimento de “pegada” (fechando a mão) possibilitará tirar uma captura de tela.

E a vida sem os serviços do Google?

As ações do governo dos EUA não impedem a Huawei de lançar novos aparelhos, mas isso vem com um custo: a Huawei não pode usar serviços e apps do Google, apesar de seu sistema ser baseado no Android 10.

Na prática, isso quer dizer que os aparelhos não contam com Gmail ou Google Maps nem o Google Play. Por isso, a marca criou a Huawei App Gallery, a sua loja própria. O pessoal do Verge usou um Mate 30 com a opção da empresa chinesa e a vida não foi muito fácil.

A companhia tem incluído cada vez mais apps a sua loja, porém a melhor solução foi usada um aplicação chamada Phone Clone, que permitiu pegar apps de um Android anterior e transferir para o modelo.

Durante o evento desta quinta-feira (26), a empresa anunciou que sua loja de apps está presente em mais de 170 países (o que inclui o Brasil), tem mais de 400 mil usuários ativos por mês e conta com mais de 1,3 milhão de desenvolvedores e parceiros.


Huawei Mobile Service é o ecossistema da Huawei com loja de apps, serviço de streaming e outras aplicações. Crédito: Captura de tela

Como nem todos os serviços de streaming estão presentes no App Gallery, a companhia anunciou que fez parceiras com gravadoras e produtores de conteúdo, como Universal, Viacom, Lionsgate e Daily Motion, para alimentar o Huawei Video e o Huawei Music.

Ainda na parte de software e mostrando sua disposição em ter um ecossistema próprio, a Huawei apresentou sua assistente pessoal chamada Celia. Como as outras, ela é acionada por um comando de voz, só que aqui, no caso, é “Hey, Celia”. A ideia é que o usuário execute ações como “ei, Celia, me acorde às 8h da manhã”, “ei, Celia, como vai estar o tempo hoje” ou, com a câmera ativada, dizer “ei, Celia, conte as calorias deste croissant”.


Assistente Celia, da Huawei, poderá contar calorias de alimentos

Por ora, o recurso está disponível apenas em inglês, francês e espanhol. Segundo a marca, a Celia estará disponível num primeiro momento no Reino Unido, França, Espanha, Chile, México e Colômbia.

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