As hemácias (ou glóbulos vermelhos) no sangue de morcegos podem fazer com que os humanos tenham a capacidade de hibernar por longos períodos. Pelo menos, é o que indica um novo estudo de pesquisadores alemães.
Morcegos possuem a habilidade única de alterar suas hemácias quando hibernam, aumentando a espessura e rigidez dessas células sanguíneas. Desse modo, os morcegos conseguem suportar climas frios, com uma temperatura corporal de quase 5° C.
Assim, a pesquisa publicada em outubro comparou as propriedades termomecânicas das hemácias do sangue de duas espécies de morcegos e de humanos.
Cientistas da Universidade de Greifswald descobriram como os morcegos conseguem manter o sangue circulando enquanto hibernam. As hemácias de humanos e morcegos se tornavam menos flexíveis e mais viscosas conforme o clima esfriava.
Contudo, em temperaturas menores, as hemácias de morcegos continuavam a mudar, enquanto os humanos não apresentavam essa alteração — que desacelera as células durante sua passagem por capilaridade, músculos e pulmões.
Esse processo permite um transporte eficiente de gases, como oxigênio, por todo o corpo. Os cientistas acreditam que as propriedades físicas nas membranas das hemácias do sangue de morcegos desempenham um papel importante nesta adaptação.
Por que precisamos hibernar?
O estudo revela que existe a possibilidade de desenvolver remédios usando o sangue de morcego para que humanos possam hibernar. Mas, quais seriam as vantagens em humanos poderem hibernar?
De acordo com o estudo, além de procedimentos médicos que demandam o resfriamento do sangue, a capacidade de hibernar seria útil para humanos em viagens espaciais de longas distâncias.
Os cientistas afirmam que um método para imitar o comportamento do sangue de morcego ao hibernar preservaria recursos básicos – e a saúde mental – em humanos durante viagens interestelares.
O estudo destaca ainda o potencial científico em aprender como outros mamíferos se adaptam em condições climáticas extremas para aplicações médicas e tecnológicas.