
IA ja é realidade, mas ainda erra pela falta de regulamentação
A inteligência artificial está cada vez mais presente no dia a dia das pessoas e, por mais que muita gente ainda não saiba, ela vai muito além dos chatbots, como ChatGPT e Gemini, ou ferramentas de geração de vídeos, como o Veo 3, por exemplo — modelo que vem se popularizando, principalmente, pelos vários memes.
Embora ainda possa parecer um pouco distante da realidade, a tecnologia veio para ficar e já está trabalhando de maneira silenciosa em uma série de produtos e serviços que são amplamente utilizados cotidianamente em várias partes do mundo.
Seja na home page do YouTube ou em plataformas de streaming favoritas, a IA está munida de dados detalhados sobre a navegação e gostos pessoais de seus usuários, para sugerir novos conteúdos de interesse e mantê-los engajados por mais tempo.
Atualmente, parte importante da recomendação de produtos em lojas virtuais ou anúncios em redes sociais também conta com o auxílio da tecnologia. Alguns dispositivos Android são capazes de aprender os hábitos dos usuários e tornar a experiência de uso mais pessoal e relevante.
“A inteligência artificial já faz parte do nosso cotidiano — da recomendação de filmes ao uso em diagnósticos médicos ou decisões de crédito. Mas enquanto o uso avança, a regulamentação ainda engatinha”, diz Eduardo Freire, CEO da FWK Innovation Design e estrategista de inovação.
Regulamentação da IA
Mesmo que a tecnologia já seja uma realidade, especialistas alertam que a IA carece de regulamentação, mas não para coibir o desenvolvimento. Na verdade, o objetivo é promover a existência de um ambiente com regras claras para garantir o uso responsável da inteligência artificial.
“Como tive a oportunidade de dizer recentemente a um grupo de parlamentares e empresários no Congresso, não se trata apenas de limitar ou proibir: trata-se de criar uma ambiência saudável para o uso ético e seguro da IA”, completou Freire.
Neste momento, existem discussões em andamento sobre regulamentação de IA envolvendo pesquisadores, políticos e organizações da sociedade civil. O objetivo é estabelecer diretrizes para assegurar o uso responsável das ferramentas baseadas na tecnologia.
Há uma preocupação com os prejuízos que o uso indevido da tecnologia pode causar na vida das pessoas. Isso porque, a sofisticação das ferramentas já vem sendo usada por golpistas para refinar técnicas para enganar vítimas. O uso irresponsável de recursos de geração de imagens e vídeos preocupam especialistas que pesquisam discurso de ódio e desinformação nas redes sociais.
Além disso, estabelecer regras claras sobre o uso de dados durante o processo de treinamento de modelos de IA também é algo fundamental. Muitos profissionais criativos estão preocupados em ter suas obras utilizadas para treinamento de IA sem autorização. Sem uma regulamentação do que é ou não permitido, os artistas não têm muitas alternativas para correr atrás de seus direitos.
“Regular IA não é frear o progresso. É criar segurança jurídica, confiança e condições para que a inovação aconteça de forma sustentável. Sem regulação, o risco não é só tecnológico — é social e político. Precisamos agir agora, com inteligência institucional, e não só com entusiasmo tecnológico”, diz Eduardo Freire.