A inteligência artificial (IA) pode consumir mais energia elétrica que a mineração de bitcoin até o final de 2025. De acordo com um estudo publicado no último dia 22, a IA será responsável pelo uso de eletricidade de quase metade de todos os data centers do mundo.
Alex de Vries-Gao, autor do estudo e fundador do portal Digiconomist, que analisa o impacto ambiental do consumo de energia elétrica da mineração de bitcoins, agora mira em IA.
Segundo o pesquisador holandês, o surgimento de grandes modelos de IA, como o ChatGPT, são similares às criptomoedas no sentido de “crescimento intenso do uso de recursos” e “falta de transparência”.
A IA já consome 20% da energia dos data centers globais, mas as empresas não divulgam os números precisos, assim como a mineração de bitcoins.
Para estimar o uso de energia elétrica das IAs, o estudo analisou as cadeias de abastecimento de hardware, os relatórios financeiros de empresas e dados sobre a produção de chips.
Em 2025, IA supera bitcoin e consome mais energia que países da Europa
De acordo com o estudo, entre 2023 e 2024, a taiwanesa TSMC aumentou a produção de chips para IA em mais que o dobro. Com base nisso, o estudo estima que a IA consome a mesma quantidade de energia que os Países Baixos.
No final de 2025, como ressalta o estudo, esse consumo de energia pode corresponder ao do Reino Unido. A projeção da demanda de energia é de 23 gigawatts de demanda.
Assim como a mineração de bitcoin, os data centers para IA são um risco ao fornecimento de energia elétrica, além de aumentar as emissões.
Muitas empresas que fornecem eletricidade nos principais mercados de IA planejam construir infraestruturas de abastecimento usando energia nuclear e a gás para atender à demanda.
Mas o impacto total das IAs no meio-ambiente permanece oculto porque as empresas incluem somente as emissões em seus relatórios de sustentabilidade. Contudo, as emissões de carbono e seu impacto variam de acordo com os recursos energéticos do local.
Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.
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