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Imagens de satélite revelam novas colônias de pinguins em uma Antártida cada vez mais ameaçada

Satélites avistaram colônias de pinguins imperador na Antártica. Embora isso pareça bom, a triste realidade é que esses pinguins estão ameaçados.

Pinguins imperadores captados pelo satélite Sentinel-2, da ESA, no cabo Pointsett, na Antártica. Crédito: ESA/Sentinel-2

Pinguins imperadores captados pelo satélite Sentinel-2, da ESA, no cabo Pointsett, na Antártica. Crédito: ESA/Sentinel-2

Satélites avistaram oito novas colônias de pinguins-imperadores na Antártida, além de confirmar a existência de outras três. Embora isso pareça bom, a triste realidade é que esses pinguins recém-descobertos estão tão ameaçados quanto os outros.

Documentadas em um artigo publicado na Remote Sensing in Ecology and Conservation Journal nesta terça-feira (4), essas descobertas mostram as dificuldades dos pinguins-imperadores.

As mudanças climáticas estão alterando rapidamente a superfície da Terra. A Antártida, no entanto, está aquecendo três vezes mais rápido que o resto do planeta, e com todo esse calor, ocorre a perda de gelo do mar.

Pesquisas descobriram que um grupo de pinguins-de-adélia realmente prosperou durante um período de perda de gelo do mar, mas esse não é o caso dos pinguins-imperadores. Eles se reproduzem no gelo do mar; por isso, precisam que ele esteja estável.

“Os pinguins-imperadores são vulneráveis às mudanças climáticas, particularmente à perda do gelo marinho em que se reproduzem”, disse o autor do estudo Peter Fretwell, pesquisado da British Antartic Survey, em um e-mail. “Encontrar mais pinguins e estudar seus movimentos e distribuição será importante se quisermos entender sua luta para sobreviver no ambiente antártico em aquecimento.”

Os autores do estudo descobriram essas novas colônias de pinguins usando o satélite Sentinel-2, da ESA (Agência Espacial Europeia). A ESA disponibiliza essas imagens online gratuitamente  para que a equipe pudesse avaliar imagens de 2016, 2018 e 2019, os três anos disponíveis.

Pesquisando nas imagens “pequenas áreas de pixels marrons”, também conhecido como cocô de pinguins, e direcionando suas pesquisas observando áreas próximas a colônias conhecidas e habitat de reprodução, os pesquisadores conseguiram encontrar essas novas comunidades. No total, eles estimam que esses locais extras podem aumentar a população global de pinguins imperadores em 5% a 10%. São mais de 55 mil pinguins.

Colônias de pinguins imperadores na Halley Bay caíram dramaticamente de 2015 a 2018, como mostradas por essas imagens de satélite. Em 2019, a colônia desapareceu

Seria bom que esses novos pinguins oferecem alguma esperança para o futuro das espécies, mas esse não é o caso. Em vez disso, os autores escreveram no artigo que as descobertas sugerem que uma proporção ainda maior dessas criaturas está agora vulnerável às mudanças climáticas.

Muitas dessas colônias estão à beira de sua zona de reprodução. Todas estão em áreas onde se espera que as colônias sejam extintas ou quase extintas (pelo menos 90% de perda) até o final do século. Os tamanhos de seus grupos também são muito pequenos; alguns têm apenas  centenas de aves.

“É improvável que alguma delas ainda exista no final do século se o aquecimento global continuar no ritmo atual”, disse Fretwell.

Portanto, esta celebração é de curta duração. Descobrir uma nova forma de sobrevivência é bacana nesses dias. Mas, a menos que os governos se esforcem para reduzir as emissões e regular os poluidores, esta espécie emblemática será perdida para sempre.

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