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Um ingrediente das panelas Teflon ajuda a tinta branca a refletir até 98% do calor do Sol

Geralmente você não sairia na rua vestido todo de preto em pleno verão; cores mais claras ajudam a refletir o calor do Sol. Essa estratégia funciona para construções também e pesquisadores criaram uma nova fórmula para a tinta branca poderia refletir efetivamente até 98% do calor do Sol.

Edifício pintado de branco com um muro com grafites

Crédito: Jim Linwood/Wikipedia

Geralmente você não sairia na rua vestido todo de preto em pleno verão; roupas com cores mais claras ajudam a refletir o calor do Sol. Essa estratégia funciona para construções também, e graças a pesquisadores da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), uma nova fórmula para a tinta branca poderia refletir efetivamente até 98% do calor do Sol, reduzindo a demanda por sistemas de refrigeração artificiais.

Como resultado da mudança climática, o mundo vai ficar ainda mais quente, o que deve colocar uma carga maior em sistemas de climatização, que puxam energia e custam caro.

Para ajudar a reduzir essa demanda, pesquisadores da Escola de Engenharia da UCLA e do Departamento de Física e Matemática Aplicada da Universidade de Columbia chegaram a uma nova fórmula de tinta branca que é ainda mais eficaz para proteger um edifício da luz do Sol.

Os objetos brancos têm essa aparência porque refletem toda a luz do espectro de cores visíveis. Já os objetos coloridos refletem apenas comprimentos de onda específicos, absorvendo o resto. É por isso que usar uma camisa branca em um dia quente pode ajudá-lo a se refrescar um pouco. No entanto, a eficácia de uma superfície de refletir luz e calor também depende do que ela é feita.

A tinta branca, por exemplo, é capaz de refletir a maior parte do espectro de luz visível e também a luz infravermelha invisível, que de outra forma contribuiria significativamente para que o calor fosse absorvido.

Os químicos já criaram tintas brancas especificamente projetadas para refletir o máximo possível dos raios solares. Usando ingredientes adicionais como óxido de titânio, que são altamente eficazes para refletir a luz visível e quase infravermelha, estas tintas ostentam uma reflexão de quase 85% da radiação solar. Elas são frequentemente usadas para pintar os telhados de edifícios em regiões quentes que demandam ar-condicionado, por exemplo.

A nova fórmula da UCLA substitui o óxido de titânio – que ainda absorve a luz violeta e ultravioleta – com barita, um cristal que tem muitas aplicações, incluindo o uso como pigmento branco para tingir tecidos e papel, assim como o politetrafluoroetileno, um fluoropolímero sintético mais conhecido pelo nome usado comercialmente para chefs domésticos: Teflon. O mesmo material escorregadio que facilita na hora de limpar panelas e frigideiras também demonstrou aumentar a reflexão solar de uma tinta branca para quase 98%.

Provavelmente não demorará muito para que as tintas refletivas que utilizam esses novos ingredientes cheguem ao mercado, pois não são materiais exóticos e a nova receita pode ser facilmente reproduzida utilizando as mesmas técnicas de fabricação e produção e equipamentos já em uso hoje em dia.

Considerando a importância de materiais de construção eficientes em termos energéticos para nos ajudar a suportar os efeitos das mudanças climáticas, é bom que eles cheguem ao mercado o mais rápido possível.

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