Injeção para emagrecer se transforma em remédio bom para enxaqueca

Medicamentos GLP-1, usados para diabetes e obesidade, podem ajudar a reduzir frequência e intensidade da enxaqueca, segundo estudo
injeção enxaqueca
Foto: wayhomestudio (Freepik)

Um novo estudo revelou que os medicamentos GLP-1 ​​para tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade, aqueles com uso de injeção, podem reduzir a frequência da enxaqueca pela metade.

banner

Estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo sofram com essa condição neurológica, que causa dores crônicas e intensas. Pessoas com enxaqueca crônica podem senti-las por 15 ou mais dias por mês, variando em gravidade e duração, podendo chegar a 72 horas.

Atualmente, a enxaqueca se trata com medicamentos e mudanças no estilo de vida, evitando estresse, sono ruim, cheiros fortes, ruídos altos ou luz brilhante. Mas agora, Simone Braca, residente de neurologia e pesquisador clínico no Centro de Cefaleia da Universidade de Nápoles, na Itália, descobriu que medicamentos agonistas do receptor do peptídeo semelhante ao glucagon-1 podem ajudar no problema.

Como a injeção ajudou na enxaqueca

No estudo, pesquisadores recrutaram 31 participantes com obesidade e enxaqueca crônica, que receberam o medicamento GLP-1liraglutida, da Novo Nordisk, por 12 semanas.

Como conclusão, a equipe descobriu que os participantes que tomaram liraglutida tiveram, em média, nove dias a menos de enxaqueca mensalmente, de 20 para 11. Já 15 deles apresentaram uma redução de pelo menos 50% na frequência mensal, enquanto 7 diminuíram 75% ou mais. Em um participante, as dores de cabeça desapareceram completamente, porém quatro não demonstraram resposta ao tratamento.

Além disso, os estudiosos concluíram que os participantes tiveram uma queda de 32 pontos no Teste de Avaliação de Incapacidade por Enxaqueca.

“Significa que eles viram sua carga relacionada à enxaqueca drasticamente reduzida, acrescentando uma visão diferenciada sobre a melhoria de sua qualidade de vida além do número bruto de dias de dor de cabeça”, explicou Braca ao Medical News Today.

A melhora na qualidade de vida aconteceu principalmente na primeira semana, apesar de efeitos colaterais comuns como náusea. Além disso, como os participantes não perderam uma quantidade substancial de peso, ela não parece ter relação com o alívio da dor.

Pressão intracraniana tem relação com a enxaqueca

Pesquisas anteriores indicaram que uma perturbação no controle da pressão no crânio desempenhava um papel na fisiopatologia da enxaqueca.

“Como os agonistas do GLP-1R são conhecidos por modular e reduzir significativamente a pressão intracraniana, levantamos a hipótese de que esses medicamentos poderiam ser eficazes na enxaqueca” disse.

Agora, novos estudos devem confirmar a descoberta a fim de permitir o uso de uma nova classe de medicamentos para a prevenção da enxaqueca.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas