Seca e calor: boletim revela como El Niño afetará o Brasil nos próximos meses
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) divulgou um boletim com previsões sobre os possíveis impactos do El Niño no Brasil nos próximos meses deste ano. O documento será atualizado mensalmente de acordo com o monitoramento de órgãos federais e estaduais do país. O objetivo é fazer uma gestão de riscos em relação à previsão do clima e tempo.
O boletim é uma parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) e o Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastre).
Segundo a análise, desde junho, as temperaturas na superfície do mar apresentam um padrão típico do fenômeno. Ou seja, uma faixa de águas quentes em grande parte do Oceano Pacífico Equatorial, que costumam ser de 3ºC próximo à costa da América do Sul.
Qual o efeito do El Niño nos próximos meses?
De outubro a dezembro, a previsão indica chuva abaixo da faixa normal entre o leste, centro e faixa norte do Brasil, com exceção para a Região Sul, parte de Mato Grosso do Sul e de São Paulo, que tem maior chance de chover acima da faixa normal.
Em 2023, o El Niño já alterou a precipitação no país, com grandes volumes de cerca de 450 milímetros no Rio Grande do Sul de 1 a 19 de setembro. Já em outros estados, houve déficit. O Norte, por exemplo, apresentou volumes superiores a 50 mm, abaixo da média histórica.
A tendência continua, com predomínio de condições mais secas do que o normal, sobretudo na região amazônica. Em contrapartida, deve haver condições mais úmidas do que o normal em partes de Santa Catarina e em todo o Rio Grande do Sul.
Por fim, a previsão também indica maior probabilidade de temperaturas acima da faixa normal na maior parte do país. O El Niño altera os padrões de circulação do ar, transporte de umidade, temperatura e chuvas. No Brasil, costuma resultar na diminuição das chuvas e no aumento do calor nas regiões norte e nordeste, com excesso de precipitação na região sul.