A InSight, lander que a Nasa mandou para observar o interior de Marte há três anos, vai hibernar. Isso porque ela tem passado por maus bocados por conta do clima imprevisível do Planeta Vermelho.
A InSight acumulou muita poeira e, com isso, não conseguiu absorver luz solar para alimentar suas baterias. Para evitar perder de vez a missão, a Nasa decidiu que era hora de colocá-la em repouso.
Um redemoinho de vento na região vulcânica Elysium Planitia, local onde a InSight se encontra, era uma esperança para limpá-la. Mas não rolou. E, para piorar, o local onde o lander se encontra ficará mais distante do Sol e receberá ainda menos energia.
“Como parte do nosso planejamento de missão estendida, desenvolvemos uma estratégia de operações para manter o InSight seguro durante o inverno, para que possamos retomar as operações científicas conforme a intensidade solar aumentar”, disse Chuck Scott, gerente de projetos da InSight, em comunicado.
Por isso, nas próximas semanas, a equipe de Scott vai selecionar quais serão as funcionalidades que vão precisar ser desligadas a cada dia para preservar a energia dos aquecedores — a começar pelas atividades que consomem muita energia, como a comunicação por rádio. Os sensores meteorológicos do InSight devem permanecer desligados a maior parte do tempo (resultando em atualizações raras na página meteorológica da missão).
Neste final de semana, o InSight deve receber o comando para estender seu braço robótico sobre os painéis para que uma câmera possa tirar imagens de perto da camada de poeira. Vai ser um ato arriscado, uma vez que os motores vão precisar ser impulsionados para que eliminar um pouco da sujeira e até para avaliar de forma mais completa a situação que a InSight vai passar nos próximos dois meses e meio.
Em 2019, rover Opportunity passou pelo mesmo dilema do InSight, pois precisou ser desligado após uma forte tempestade de poeira. E também houve o caso da sonda Spirit, chamada de “irmã gêmea do Opportunity” e seu companheiro de viagem, que teve sua trajetória encerrada e concluída em 2011, quando deixou de enviar qualquer sinal de funcionamento em março de 2010, após seis anos de exploração por Marte.