A internet está quebrada, e vai ser difícil consertá-la

Estamos completamente perdidos. Tudo o que usamos diariamente está quebrado e vai ser bem difícil consertar. Sofremos com espionagem de agências governamentais e falhas que afetam quase tudo o que usamos na internet. E a situação é realmente preocupante, ou ao menos parece bem complicada, pelo tom de um ótimo texto escrito por Quinn Norton. […]

Estamos completamente perdidos. Tudo o que usamos diariamente está quebrado e vai ser bem difícil consertar. Sofremos com espionagem de agências governamentais e falhas que afetam quase tudo o que usamos na internet. E a situação é realmente preocupante, ou ao menos parece bem complicada, pelo tom de um ótimo texto escrito por Quinn Norton.

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Norton é uma jornalista que escreve há algum tempo sobre hackers e segurança em geral. No longo artigo (em inglês), ela destaca como a internet foi meio feita de qualquer jeito e a culpa é basicamente de todo mundo.

Computadores se tornaram extremamente complexos e ninguém sabe exatamente o que eles tentam fazer. Eles, na verdade, tentam fazer várias coisas ao mesmo tempo, e ninguém consegue explicar como isso funciona. Um software conversa com o sistema operacional, a internet é um amontoado de caixas tentando se comunicar uma com as outras. É tudo uma bagunça imensa, tudo isso programada por pessoas com pouco tempo ou pouco dinheiro, que muitas vezes lançam softwares quando acham que eles estão bons, e assim podem ir para casa brincar com os filhos, ou então simplesmente dormir.

Um bom exemplo de como tudo está quebrado, diz Norton, é a questão das atualizações de segurança:

“As pessoas dizem ‘você precisa aplicar isso, é uma correção crítica!’ e deixam de lado o ‘…porque os desenvolvedores cagaram tanto que a identidade dos seus filhos provavelmente está sendo vendidas para a máfia estoniana por alguns hackers.'”

Basicamente, os softwares estão tão errados e com tantos buracos de segurança que precisam ser atualizados o tempo inteiro para evitar que essas falhas sejam exploradas. Nós aceitamos isso tranquilamente e muitas vezes aplicamos essa correção sem nem questionar o que ela significa. Mas, no fundo, é mais um exemplo de como tudo é feito de qualquer jeito, como os softwares são lançados sem ter sido testados como deveriam, e como o mundo inteiro está quebrado.

A culpa, claro, não é apenas dos desenvolvedores. As pessoas comuns têm sua culpa. Mas o que elas podem fazer? Muitas pessoas não possuem o computador que mais usam – seja no trabalho, em uma lan house, ou uma biblioteca pública – e não podem instalar softwares ou mesmo as atualizações de segurança. Qual é a melhor opção para elas? Provavelmente nenhuma, e não há como dar sequer uma falsa sensação de segurança para elas.

Ela mostrou um cenário bastante apocalíptico para a segurança na internet, e, aparentemente, a qualquer momento nossas informações podem ir parar nas mãos de alguma organização criminosa lá do outro lado do mundo. O que fazer?

“Sim, os geeks, executivos, agentes e militares cagaram o mundo. Mas no fim, é o trabalho das pessoas, trabalhando juntas, para limpá-lo.”

Como podemos fazer isso? Difícil dizer. Mas é um bom alerta de como as coisas não estão tão bem quanto parecem, e como casos como Heartbleed podem ser mais comuns do que pensamos. Você pode ler o texto completo de Quinn Norton no Medium (em inglês). [Medium]

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