A internet do futuro pode não usar servidores dedicados

Você talvez acredite que, considerando como a internet já está difundida, permaneceremos para sempre presos na arquitetura fundamental que ela usa: servidores aos quais diversos dispositivos se conectam em busca de informação. Mas pesquisadores da Universidade de Cambridge querem mudar as coisas – e acabar de vez com os servidores. Um projeto chamado Pursuit quer […]

Você talvez acredite que, considerando como a internet já está difundida, permaneceremos para sempre presos na arquitetura fundamental que ela usa: servidores aos quais diversos dispositivos se conectam em busca de informação. Mas pesquisadores da Universidade de Cambridge querem mudar as coisas – e acabar de vez com os servidores.

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Um projeto chamado Pursuit quer tornar a internet mais rápida, mais segura e mais social ao implementar uma arquitetura completamente nova. O sistema acaba com a necessidade dos computadores se conectarem diretamente a servidores, e, em vez disso, computadores individuais conseguem copiar e reproduzir conteúdo recebido. Isso permite a outros computadores acessarem os dados – ou, ao menos, fragmentos dos dados – de múltiplas localidades de uma vez.

Se isso lembra compartilhamento peer-to-peer, é porque realmente deveria. Mas a diferença é que isso seria liberado em uma escala enorme e sem precedentes: seria algo do tamanho da internet. Dirk Trossen, um dos pesquisadores do Laboratório de Computação da Universidade de Cambridge, explicou por que isso pode ser algo bom:

Nosso sistema está focado na forma como a sociedade em si usa a internet para armazenar aquele conteúdo. Ele coloca a informação em primeiro lugar. Um dos colegas me perguntou como, usando essa arquitetura, você chega ao servidor. A resposta é: você não chega. O único motivo que nos importamos com endereços de web e servidores agora é porque as pessoas que criaram a rede nos disseram que precisamos disso. O que realmente estamos atrás é o conteúdo e a informação.

Em resumo, a ideia é remover o conceito de URL da internet. Os pesquisadores explicam que as buscas online não iriam mais atrás de URLs (Localizador-Padrão de Recursos, na sigla em inglês), e começa a buscar URIs (Identificador Padrão de Recursos, na sigla em inglês). URIs, então, são especificamente onde estão os dados – e onde você precisa ir para encontrá-los – em vez de ser um único ponto de ligação. Trossen explica o que isso significa para o usuário comum:

No nosso sistema, se alguém perto de você já assistiu a um vídeo, durante o processo de carregar o computador ou plataforma desta pessoa republicaria o conteúdo. Isso permitira que você conseguisse carregar a partir da rede dela, assim como do servidor original… conteúdo usado amplamente que milhões de pessoas querem carregar seria altamente difundido pela rede. Todo mundo que republicou o conteúdo poderia enviar um pedaço para você, ou tudo de uma vez. Então, essencialmente, estamos tirando os servidores dedicados da equação.

A vantagem? Velocidade, eficiência, e a confiabilidade, sem servidor central para aguentar ou não o aumento de demanda. Evidentemente, é um objetivo ambicioso – mas, se puder ser colocado em prática, pode mudar radicalmente nossa experiência na internet.

O vídeo acima destaca outras possíveis vantagens do projeto Pursuit. Ele usa como exemplo uma pessoa que usa um gadget para controlar a saúde: os dados ficam armazenados no computador dela e ela pode escolher quem tem acesso a eles – como, por exemplo, o médico. E, mais do que isso, também pode ver quem tentou acessá-los. Isso mantém os dados privados e dá às pessoas mais controle sobre quem pode e quem não pode acessar suas informações – em tempos de escândalos de vigilância, uma iniciativa dessas pode ganhar bastante força. [Pursuit via PhysOrg]

Imagem por nrkbeta sob licença Creative Commons

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