Investigadores são aconselhados a não olhar para iPhones com Face ID para não bloquearem o aparelho

Não é nenhum segredo que as autoridades geralmente recorrem a soluções alternativas para os recursos de segurança da Apple, mas a tecnologia Face ID, do iPhone X, dificulta as coisas. De acordo com uma reportagem do Motherboard, a empresa forense Elcomsoft está aconselhando a polícia a não olhar para telefones com identificação facial. Isso porque, com […]

Não é nenhum segredo que as autoridades geralmente recorrem a soluções alternativas para os recursos de segurança da Apple, mas a tecnologia Face ID, do iPhone X, dificulta as coisas. De acordo com uma reportagem do Motherboard, a empresa forense Elcomsoft está aconselhando a polícia a não olhar para telefones com identificação facial. Isso porque, com seu recurso de identificação de rosto ativado, as tentativas mal-sucedidas de acessar o telefone podem bloquear os investigadores, exigindo uma senha que possa estar protegida pela Quinta Emenda da Constituição dos Estados Unidos.

• Detalhes da caixa que aparentemente desbloqueia qualquer iPhone

Motherboard noticiou suas descobertas na sexta-feira (12), depois de conseguir a apresentação de slides que incluía a diretiva da Elcomsoft para lidar com o iPhone X. Embora o site tenha dito que obteve a apresentação de uma fonte de fora da Elcomsoft, ele acrescentou que “a empresa, na sequência, confirmou sua veracidade”.

Na apresentação, a Elcomsoft destacava métodos para evitar potencialmente ser bloqueado para fora de um dos telefones da Apple. Ela também delineou exemplos específicos destacados pelo guia de segurança de 2017 da Apple em que uma senha seria exigida em vez do Face ID.

O CEO da Elcomsoft, Vladimir Katalov, disse ao Motherboard que a empresa aconselhou a nunca olhar para a tela de um iPhone com Face ID, de modo a evitar perder uma das cinco tentativas antes de que o telefone passe a pedir uma senha. Isso acontece porque, como aponta o Motherboard:

Tribunais já obrigaram suspeitos a desbloquear seus dispositivos com seu rosto ou impressão digital, mas a mesma abordagem não funciona necessariamente para pedir uma senha: sob a Quinta Emenda, que protege as pessoas de se incriminar, um senha pode ser considerada uma evidência “testemunhal”.

Um exemplo citado foi um incidente recente em que agentes federais usaram um mandado de busca para forçar um suspeito que depois foi acusado de receber e possuir pornografia infantil a destravar seu iPhone X com seu próprio rosto. O episódio, que foi inicialmente noticiado pela Forbes em 30 de setembro, pode ter sido o primeiro caso conhecido dessa tática sendo usada pelas autoridades.

Forbes apontou incidentes de suspeitos sendo obrigados a desbloquear seus telefones com Touch ID e casos seguintes envolvendo pessoas falecidas. Tanto o Motherboard quanto a Forbes mencionaram o GrayKey, uma ferramenta usada para contornar senhas mesmo nos modelos mais novos de iPhone. Todos esses exemplos ressaltam o fato de que, mesmo com a criptografia, as senhas e outras tecnologias da Apple, as autoridades farão o possível para encontrar uma maneira de entrar nesses aparelhos.

[Motherboard, Forbes]

Imagem do topo: AP

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