O iPhone SE parece bom, mas a Apple poderia ter feito um trabalho melhor

O novo iPhone SE cumpre seu papel de ser uma opção menos cara, mas tem design antiquado que desperdiça espaço, apenas uma câmera na traseira e Touch ID.
Imagem: Apple

Após meses de rumores e vazamentos, o novo iPhone SE finalmente chegou. Com preços a partir de US$ 400 nos EUA, ele é um bom negócio por lá. Por aqui, custando a partir de R$ 3.700, talvez não muito. Mas, no fundo, não posso deixar de sentir que a Apple poderia ter feito mais com seu novo iPhone econômico.

Se começarmos a olhar para as especificações e o design do iPhone SE, é essencialmente um iPhone 8 com um chip mais novo, o A13 Bionic, o mesmo que vem no iPhone 11. Claro, a Apple incluiu alguns outros pequenos toques, como um “processo de cores de sete camadas”, que oferece uma “rica profundidade de cores” para a parte externa do dispositivo. Porém, há apenas três cores para escolher (preto, branco e vermelho) em vez de seis como no iPhone 11 (que inclui tons mais atraentes como verde, amarelo e roxo). Assim, fica difícil ficar super empolgado com o visual do iPhone SE.

Em outros aspectos, a Apple diz que o iPhone SE traz o “melhor sistema de câmera única já feito” pela empresa, além de suporte ao modo Retrato e ao Smart HDR. E embora isso pareça legal, o que você realmente está levando é a mesma câmera do iPhone 8, mas com um processamento aprimorado graças ao chip A13 Bionic.

Além disso, ao chamar de melhor “câmera única”, parece que a Apple está tentando evitar comparações com o iPhone 11 e o iPhone 11 Pro, ambos com duas ou três câmeras traseiras e provavelmente com melhor qualidade de imagem.

Mais importante, o que me chateia são algumas das coisas que a Apple não fez. Um bom exemplo é a tela LCD de 4,7 polegadas do iPhone SE. Ao continuar com o que parece ser o mesmo display usado no iPhone 8, a Apple provavelmente conseguiu economizar um pouco de dinheiro.

No entanto, você deve compará-lo a outros telefones de entrada e intermediários, como o Pixel 3a, o Galaxy A50 e o OnePlus 7T (que reduziram teve um corte de preço para apenas US$ 500), todos com telas OLED mais coloridas (que Apple também usa no iPhone 11 Pro). A decisão da Apple de ficar com os painéis LCD parece uma oportunidade perdida.

Sem mudar o design, a Apple deixou muito espaço desperdiçado em torno da tela do iPhone SE. Foto: Apple

Além disso, incluir apenas uma única câmera traseira é um pouco decepcionante. Ter várias câmeras traseiras costumava ser um luxo disponível apenas em aparelhos caros, mas agora uma tonelada de telefones acessíveis, incluindo o Moto G8 Power, o Galaxy A50 e o futuro TCL 10L têm duas ou mais câmeras traseiras, mesmo custando US$ 350 ou menos.

Mas talvez a maior decepção seja que a Apple realmente não fez nada para maximizar o tamanho da tela do iPhone SE. No ano passado, quando a Apple anunciou o iPhone 11, iPhone 11 Pro e iPhone 11 Pro Max, parecia que a Apple estava finalmente pronta para avançar corajosamente para um mundo centrado em Face ID e molduras mais finas. Ver o iPhone SE ainda com molduras grandes e o Touch ID é um pouco confuso (mesmo que seja útil durante um período em que todos nós temos que usar máscaras fora de nossas casas).

Embora essa seja certamente uma decisão bem-vinda para as pessoas que não desejam abrir mão de seus sensores de impressão digital, também coloca algumas sérias limitações de design no iPhone SE. Se a Apple tivesse optado por remover o sensor Touch ID do telefone, poderia ter aumentado significativamente o tamanho da tela do SE, mantendo as dimensões compactas do telefone e também unificando a aparência da linha de iPhone moderna de hoje.

Apesar de tudo isso, não acho que o iPhone SE seja um erro ou um fracasso — ainda não vimos um pessoalmente! No entanto, considerando o tamanho e a influência da Apple na indústria de smartphones, eu esperava que, como uma das três maiores fabricantes do mundo, a Apple pudesse liderar pelo exemplo. A Apple poderia até criar um iPhone SE mais premium com alguns dos recursos mencionados acima, ao preço de US$ 500 e depois usar esse modelo para substituir o iPhone XR.

Em um momento em que o Galaxy S20 Ultra de US$ 1.400 da Samsung faz com que até o iPhone mais caro pareça um bom negócio, um novo iPhone que custa a partir de US$ 400 tem bastante coisa para se tornar uma boa opção. E talvez nenhuma dessas reclamações realmente importe, porque a Apple vai vender um caminhão desse iPhone. Mas, mesmo assim, eu não vou conseguir parar de pensar que ele poderia ser um pouco melhor.

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