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iPod Shuffle (2009): review

Zero botões. Mais minimalista, impossível.  Remover todos os botões - ou, esclarecendo, deslocá-los para o fone de ouvido - encolhe drasticamente o tamanho do novo iPod Shuffle, mas também cria problemas de controle quando se está correndo, praticando snowboard ou fazendo qualquer outra coisa além de ficar sentado. 

Zero botões. Mais minimalista, impossível. 

Remover todos os botões – ou, esclarecendo, deslocá-los para o fone de ouvido – encolhe drasticamente o tamanho do novo iPod Shuffle, mas também cria problemas de controle quando se está correndo, praticando snowboard ou fazendo qualquer outra coisa além de ficar sentado. 

 

 


 

Design

Este novo iPod shuffle tem cerca de metade do volume do anterior. METADE. Ao levar todos os controles da frente do aparelho para o cabo do fone, a Apple foi capaz de reduzir a largura e a espessura em quase 50%, ainda que o comprimento tenha crescido ligeiramente. Isto não foi totalmente sensato: Embora o fone de ouvido ofereça um esquema de controle abrangente, a posição do botão no cabo do fone o torna realmente difícil de usá-lo a menos que você esteja quieto. Também limita a sua escolha de fones de ouvido para os que a Apple fornece, ou aqueles específicos para novos shuffles feitos por outros fabricantes. 

Mas há um ponto onde esse shuffle bate fácil o anterior, e é no feedback de áudio da interface. Ela fala com você. A Apple a chama de VoiceOver. Ela consiste em um conjunto de arquivos de texto-para-fala claramente associados a cada faixa no seu iPod que irá dizer o título e o artista da sua música atual. Segure o botão para baixo por tempo o suficiente, e a voz irá percorrer todas as suas playlists, uma por uma, lendo os nomes. Aperte outra vez para saltar diretamente para aquela lista. 

O player em si também é legal, mesmo que demore um tempo pra se acostumar com a cara vazia e monolítica (e pare de pegar ele quando quiser mudar de faixa). E sim, ele só vem em preto e prata, em vez da peculiar paleta de cores do shuffle/nano a qual estamos habituados. 

A parte da frente e a de trás são feitas de alumínio. E, assim como o nano (e a geração shuffle anterior), as bordas são um pouco afiadas. O clip é feito de aço inoxidável, como a parte de trás do iPod touch e dos nanos da antiga geração, por isso ele atrai impressões digitais e ganha riscos incrivelmente fácil. A frente, felizmente, não tem este problema. 

O pacote vem com fone de ouvido e um conector USB de três polegadas. A tendência da Apple de remover coisas do pacote do iPod continua com a eliminação do dock gratuito, o que é uma vergonha, uma vez que você ao invés de colocá-lo no descanso vai deixá-lo espalhado pela sua mesa. E porque ele é tão, tão pequeno, provavelmente terá dificuldade para encontrá-lo novamente. 

 

Sincronia e Reprodução 

Toda a tela de sincronia do iTunes está melhorada. Agora há suporte para sincronia de podcasts e playlists. É isso ai, você não tem que usar o "autopreencher" ou arrastar manualmente faixas e playlists uma a uma, porque agora você pode saltar entre playlists usando o sistema de feedback do VoiceOver. 

Estas vozes, que são geradas e sincronizadas on the fly quando você escolhe playlists, soam muito bem, supondo que você tenha o Mac OS X Leopard. Aqueles que tem irão tirar proveito do "Alex", a nova voz de texto-para-fala que saiu na última versão do sistema operacional. Se você estiver no Windows, ou se você quiser usar os outros 13 idiomas além do inglês, você vai ficar com o default do pacote baixável do Kit VoiceOver que vem com o iTunes 8.1. Mesmo o supostamente mais desagradável agente de TTS (texto-para-fala) funciona decentemente o bastante, pois estas são as suas músicas e você deve ser capaz de, pelo menos, intuir de que artista/faixa se trata. Mas o Alex pronuncia coisas como "Yeah Yeah Yeahs" e "Jamiroquai" corretamente, enquanto o outro (uma voz feminina) não. 

Os dados de voz são razoavelmente pequenos, com o equivalente a 400MB de músicas ocupando apenas cerca de 20MB de dados de faixa de voz. Isso vai ser de cerca de 175MB de dados de voz, se você encher todos os 3.5GB de espaço útil. 

Eu testei nomes de faixas e artistas em chinês e japonês e todos eles saíram corretos, embora soassem um pouco robóticos. Você pode desfazer a seleção de idioma por canção ou globalmente, se você quiser que todas as suas músicas sejam lidas de volta para você na voz em inglês – por exemplo, se você tiver um monte de música clássica nomeadas em italiano. Mas se você tem uma canção combinada, com um título em japonês e um nome de artista em inglês, o iPod irá pronunciar tudo usando a voz em japonês, incluindo a porção em inglês. O que é engraçado se você é um idiota (como eu) que dá risadas por dentro com os sotaques de falantes de inglês não-nativos.

O limite de 255 caracteres para os campos de canção e artista ainda se aplica, por isso você não pode enfiar eBooks ou letras lá dentro e esperar que o seu iPod os leia para você. E dados em branco em ambos os campos resultam em completo silêncio; Ele não diz "untitled track", a menos que o nome da faixa realmente seja "untitled track."

Entretanto ele diz outras coisas, incluindo o status da bateria, se você apertar o botão de hold desligando e ligando ele de novo. Este gráfico mostra os possível sinais luminosos e alertas sonoros. 

 


 

 

Quanto à qualidade de som do shuffle, já que ele só funciona com os fones de ouvido incluídos e não com qualquer outro conjunto de fones  regulares, nós executamos da melhor maneira possível alguns testes de reprodução. A resposta da frequência, usando um MP3 de varredura de freqüência especialmente codificada, foi decente mas não fenomenal. O início da varredura foi em 16Hz, e não ouvimos nada até meio segundo depois, quando ficou acima 50Hz. Definitivamente ele teve um pico bom abaixo de 20KHz (provavelmente por volta de 16KH), mas isto pode ser em parte devido a minha própria perda auditiva de alta frequência. E, pelo fato destes fones de ouvido serem bem ruinzinhos. Quando eu comparei a resposta da frequência ao antigo nano e ao antigo shuffle com os mesmos fones, ficou praticamente na mesma. 

O volume máximo estava definitivamente mais alto neste shuffle do que na versão 2G. Não estava tão alto quanto no último iPod nano, mas estava bem perto. Novamente, uma vez que só poderíamos usar os fones padrão para teste, não houve qualquer diferença real na qualidade de áudio, mesmo com arquivos em MP3 de 320kbps de alta qualidade. 

Também vamos verificar se a alegação de que a bateria tem 10 horas da vida útil é precisa ou não, mas a própria Apple alega que está abaixo das 12 horas na geração anterior.

Usando

Por o shuffle ter agora apenas metade da largura do antigo, o clip também tem só metade da força. Há menos área de contato, e não é mais amassado – só são dois pedaços de metal um em cima do outro. Ainda há um bocado de força nele, mas dá para arrancá-lo do seu jeans apenas puxando-o pelo cabo do headphone. Isso pode dar m*.

Já que um dos maiores usos do shuffle é para exercício, nós tivemos que levá-lo para uma corridinha de 30 minutos, testando a usabilidade em condições ativas. Apesar de o clip ser bom, os controles são bem lixo. Os headphones originais são um pé-no-saco porque os controles estão no fio do lado direito, próximo à orelha. Você pausa, adianta, volta e avança a faixa apertando o botão do meio em diferentes maneiras. Isso é ok se você estiver sentado, mas quando estiver correndo, é realmente difícil manter seu braço firme levantado nessa posição esquisita para mudar as faixas. E quando se está realmente cansado, os braços começam a cair e é muito, muito difícil NÃO desplugar o fone do seu ouvido quando se está mudando de faixa.

Aqui está a solução. A Apple deveria mover os controles para baixo, onde os fios dos dois fones se dividem. É muito mais conveniente ali embaixo, além do que canhotos não seriam forçados a usar a mão direita. Esse grande problema deverá ser consertado por algum dos grandes fabricantes de headphone ao lançar seus próprios kits compatíveis. Eu pagaria US$ 100 por um bom par que não tivesse os controles colocados num lugar terrível, Ou mesmo que tivesse controles maiores no cabo.

Eu não tenho um par de luvas de snowboarding, mas tenho um de luvas comuns, e quando uso o shuffle com elas vestidas, é difícil sentir onde acaba o botão de play/pause e onde começa o de volume +/-. Seria muito pior para luvas ainda mais grossas que oferecem zero de feedback tátil. Mas, olhando pelo lado bom, o corpo é pelo menos tão resistente à água que o antigo shuffle. Provavelmente até mais, já que há menos aberturas para a água entrar.

 


 

 

Então, para onde estamos indo? Se a Apple não estava tão absolutamente comprometida com o fato de controles físicos precisam ser do tipo click-wheel, sua marca registrada, eles poderiam facilmente ter espalhado os cinco clássicos botões (play / próxima / anterior /vol + / vol -) ao longo da suave carcaça do shuffle. Mas não o fizeram.

Há também o limite de quão menor o shuffle pode ficar. Eu não esperaria uma redução tão drástica da próxima vez. Na verdade, eu prevejo um renascimento da click-wheel, de modo que o player inteiro seja mais fino, mas quadrado, com apenas a rodinha na frente. Afinal, as click-wheels das gerações anteriores nem eram completas de qualquer forma, já que você não podia por exemplo fazer o scroll down apenas movendo seu polegar em círculos por ela, como se faz no iPod. A Apple parece curtir alternar entre diferentes formas de design em sua linha de iPod nanos (a segunda feração era fina, a terceira gordinha, a quarta é magra de novo), então essa minha sugestão não estaria fora do reino de possibilidades do que eles podem fazer com o próximo shuffle.

Se você precisa de algo assim para exercício, ou se simplesmente odeia o fato de que não há botões nesse, compre o shuffle da geração anterior, antes que acabe. Ou espere até o próximo ano, quando a Apple mudar de idéia. Para dizer a verdade, o shuffle novo é só ok. Nós não sabemos o que a Apple queria nos dizer ao fabricá-lo, mas dá pra dizer que a mensagem não foi recebida.

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