Missão israelense para a Lua é um marco para o país e para a indústria espacial privada

Israel deu um passo importante em direção a Lua após o lançamento do módulo lunar robótico Beresheet, desenvolvido por uma empresa privada, que foi ao espaço nesta quinta-feira (21) a bordo do foguete da SpaceX. O foguete Falcon 9 da SpaceX partiu às 22h45 do horário de Brasília, no dia 21 de fevereiro, a partir […]
Lançamento do foguete Falcon 9 da SpaceX nesta quinta-feira (21)
SpaceX

Israel deu um passo importante em direção a Lua após o lançamento do módulo lunar robótico Beresheet, desenvolvido por uma empresa privada, que foi ao espaço nesta quinta-feira (21) a bordo do foguete da SpaceX.

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O foguete Falcon 9 da SpaceX partiu às 22h45 do horário de Brasília, no dia 21 de fevereiro, a partir de Cabo Canaveral, na Flórida. Além do módulo lunar robótico Beresheet, o foguete entregou com sucesso o satélite de telecomunicações da Indonésia Nusantara Satu e o pequeno satélite experimental S5 da Força Aérea dos EUA.

O lançamento do Beresheet, que significa “gênesis” em hebraico, representa um marco significativo tanto para Israel quanto para o setor privado. O módulo lunar robótico tem quatro pernas e é a primeira tentativa do país de pousar na Lua – além disso, esse é o primeiro módulo do tipo a ser financiado de forma privada.

Se a missão for bem sucedida, Israel se juntará a um clube exclusivo de países que colocaram um módulo robótico na Lua. Os outros são Estados Unidos, Rússia e China.

Lançamento do foguete Falcon 9 da SpaceX nesta quinta-feira (21)Imagem: SpaceX

Beresheet foi construído pela israelense SpaceIL, uma empresa sem fins lucrativos que é financiada por doações de patrocinadores privados. A companhia descreve que a sua visão é “avançar o discurso da ciência e engenharia em Israel e familiarizar a nova geração com as oportunidades animadoras do futuro, que os estudos STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) possibilitam”.

Para economizar no combustível, a sonda decidiu pegar um rota mais complicada para a Lua do que o normal. Conforme a reportagem da Associated Press, a órbita de Beresheet ao redor da Terra irá aumentar em tamanho até que a força gravitacional da Lua seja forte o suficiente para capturá-la. Uma tentativa de pouso no Mare Serenitatis – uma planície basáltica grande e escura – provavelmente vai acontecer no dia 11 de abril.

Durante a sua descida, a sonda espacial irá medir o campo magnético da Lua, potencialmente revelando novos detalhes sobre o núcleo de ferro, conforme aponta o New York Times. A sequência de pouso deve levar cerca de 15 minutos – um procedimento delicado que será monitorado por um grupo da Agência Espacial Israelense, NASA e o Instituto Weizmann de Ciências, conforme reportagem do Jerusalem Post.

Uma vez na Lua, Beresheet transmitirá fotos e vídeos para a Terra. A sonda também está equipada com uma série de espelhos conhecidos como retrorefletores. Lasers emitidos a partir da superfície da Terra irá brilhar nesses espelhos e então refletirem de volta para a Terra, possibilitando que cientistas meçam a distância da Terra para a Lua com alta precisão.

Representação do artista do módulo lunar Beresheet. Imagem: SpaceIL

Beresheet foi projetada originalmente para competir pelos US$ 20 milhões do Google Lunar X Prize, que foi descontinuado em janeiro de 2018 porque “nenhum time iria fazer uma tentativa de lançamento para alcançar a lua até o dia 31 de março de 2018, o prazo final”, nas palavras do fundador e presidente do X Prize, Peter Diamandis.

Como um dos requisitos para participar do concurso, as sondas lunares deveriam ser capazes de se mover 500 metros usando quaisquer meios possíveis. Beresheet deveria conseguir isso decolando e aterrissando de novo nas proximidades, mas, como o NYT apontou, os engenheiros não estão mais sujeitos a esse requisito.

A decisão de fazer o salto lunar só será tomada após o pouso em abril, mas não há nada a se ganhar com essa manobra – e que pode danificar desnecessariamente a sonda.

A missão de Beresheet durará apenas alguns dias, já que o módulo lunar não poderá suportar as temperaturas extremas da superfície. Mas seu legado perdurará com a sua carga; a sonda contém centenas de arquivos digitais, incluindo a Torá, a bandeira de Israel, obras de arte e um arquivo contendo 30 milhões de páginas de informações.

“Parabéns à SpaceIL e à Agência Espacial de Israel”, disse o administrador da NASA, Jim Bridenstine, em um comunicado à imprensa. “Este é um passo histórico para todas as nações e para o espaço comercial, à medida que procuramos estender nossas colaborações além da órbita baixa da Terra e para a Lua”.

Quanto ao Falcon 9 da SpaceX que entregou os produtos, o seu primeiro estágio fez sua terceira viagem bem-sucedida ao espaço, e pousou com sucesso em um navio-robô no oceano Atlântico. Em um uíte, no entanto, Musk disse que a reentrada teve incidentes.


Maior aquecimento de reentrada até o momento. Faíscas de metal em chamas a partir do escudo térmico básico visível no vídeo de pouso. Quarto lançamento marcado para abril.

O primeiro estágio do Falcon 9 aterrizou em uma embarcação Of Course I Still Love You, completando o terceiro lançamento e pouso deste booster.

Apesar do desafio, Musk disse que o primeiro estágio será usado para um quarto lançamento em abril.

[SpaceNews, Associated Press, New York Times, Jerusalem Post]

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