Em crescimento nos streamings de música, a inteligência artificial está chegando também ao cinema. Prova disso é que já existe um festival de curtas-metragens de IA, o AIFF (AI Film Festival), da empresa de modelos de geração de imagens e vídeos Runway.
Criado anteriormente, em 2022, o evento foi aberto ao público pela primeira vez este ano, reunindo entusiastas de tecnologia, profissionais da indústria e cinéfilos curiosos. De acordo com a página as produções oferecem um “vislumbre de uma nova era criativa”, “que se tornou possível quando as mentes criativas mais brilhantes de hoje são capacitadas com as ferramentas do amanhã”.
Além de novatos, a Runway também trabalha com estúdios estabelecidos como a Lionsgate e a AMC Networks, com quem têm acordos para treinamento com dados. Fundada em 2018, a empresa foi uma das primeiras a disponibilizar uma ferramenta de geração de vídeos utilizável para as massas. Contudo, há evidências de que ela treinou suas modelos com vídeos protegidos por direitos autorais do YouTube, entre outras polêmicas.
Nesta edição do festival, as obras incluíram desde animações e live-actions até um documentário, feitos inteiramente com Runway ou outras ferramentas.
Porém, alguns deles eram estranhos, como reportou o site de tecnologia Arts Technica, devido às falhas da IA em gerar vídeos. Um dos filmes, “Fragments of Nowhere”, de Vallée Duhamel, retratou essa limitação, com carros se transformando em casas, por exemplo.
Vencedores do festival de cinema de IA
O prêmio apresenta dez finalistas, que seguem para exibições de gala em Nova York e Los Angeles. Então, um júri escolhe os vencedores, que serão exibidos em festivais parceiros ao redor do mundo. Este ano, o Grande Prêmio foi do curta “Total Pixel Space”, de Jacob Adler, uma defesa da arte com IA.
Dessa forma, o filme argumenta em nove minutos que o número de imagens ou gravações possíveis é maior que o número de átomos no universo. E que fotógrafos e cineastas são apenas descobridores de imagens que já existem no espaço de possibilidades, sendo a IA generativa só outra maneira de descobrir imagens.
“O vencedor jamais se imaginaria um cineasta, e ele fez um filme que te fez sentir algo”, disse Cristóbal Valenzuela, CEO da Runway, ao Arts Technica. “Acho isso muito poderoso. E a razão pela qual ele conseguiu fazer isso foi porque teve acesso a algo que simplesmente não era possível alguns meses atrás.”
Grand Prix: “Total Pixel Space” (Jacob Adler)
Ouro: “Jailbird” (Andrew Salter)
Prata: “One” (Ricardo Villavicencio e Edward Saatchi)
Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.
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