[Jalopnik] A jornada cervejeira mais épica do mundo

Um comboio de caminhoneiros de verdade enfrentou a neve, 250 semáforos e 1.614 cabos para mover seis gigantescos tanques com capacidade de um milhão de garrafas de um navio alemão para a cervejaria Molson Coors, em Toronto. É muita, mas muita cerveja. Quando a Molson Coors fez no ano passado um pedido de seis tanques […]

Um comboio de caminhoneiros de verdade enfrentou a neve, 250 semáforos e 1.614 cabos para mover seis gigantescos tanques com capacidade de um milhão de garrafas de um navio alemão para a cervejaria Molson Coors, em Toronto. É muita, mas muita cerveja.

Quando a Molson Coors fez no ano passado um pedido de seis tanques de tamanho industrial de uma fabricante alemã, surgiu o desafio de transportá-los por aproximadamente 50 quilômetros, distância que separa a cervejaria do porto. Tudo isso no inverno. Para conseguir o feito, eles contrataram a Challenger Motor Freight, que estimou que o transporte demoraria 4 dias. Foram necessários 11.

Os obstáculos técnicos em movimentar tantos tanques eram enormes. Cada tanque pesa 45 toneladas, tem 8 metros de diâmetro e 45 metros de comprimento. Quando encaixadas em um trator de reboque, a combinação ocupa duas faixas na estrada e é muito alta para a maioria dos semáforos e cabos elétricos, de telefone e de televisão. E, bem, eram seis tanques.

Começando a guerra em 7 de janeiro, os tanques foram descarregados e transportados em caminhões por uma jornada cuidadosamente mapeada. Eles tiveram que desviar das rodovias principais porque se moviam a passos de tartaruga e não passavam por baixo dos viadutos e passarelas. Assim, para não travar completamente o trânsito, andaram das 9 horas da noite às 6 horas da manhã.

Um comboio de aproximadamente 40 veículos (carros, veículos de suporte, escoltas policiais, caminhões utilitários) começou sua lenta jornada saindo do porto. Quando chegaram na primeira curva, os trabalhadores locais tiveram que tirar as placas do caminho para conseguir passar, explica o fotógrafo Joseph De Buglio.

Estava frio. Estava nevando e já eram quase 4 horas da manhã. Essa é a primeira grande esquina realmente apertada que esses tanques enfrentarão. Foi uma passagem bem apertada. Aqui, um trabalhador local remove as placas do caminho. A curva foi feita com apenas alguns centímetros de sobra.

Essa foi a primeira grande curva que enfrentamos na viagem. Como vocês podem ver pelas marcas de pneu na pista, o caminhão teve de fazer mais de uma tentativa. – Joseph De Buglio

A neve e o vento foram dois grandes problemas durante o trajeto, tornando difícil a movimentação dos cabos elétricos pela equipe. De acordo com De Buglio, “esses caras ficaram por mais de uma hora no topo dos postes. Em alguns lugares, as equipes ficavam lá em cima por cerca de 3 ou 4 horas na fase inicial da movimentação”.

Mover os cabos das linhas telefônicas e elétricas foi difícil e, para ter certeza de que eles já estavam alto o bastante, um caminhão com um poste preso no topo tinha que ultrapassar o local antes de cada um dos caminhões, para se certificar de que a altura estava correta. A energia foi cortada várias vezes nos bairros próximos, para evitar acidentes graves.

Todos os dias a equipe tinha que mover os tanques e equipamentos para a lateral da estrada e estacioná-los. Tudo isso para mandar os trabalhadores comerem algo e dormirem o necessário para estarem prontos para a romaria do dia seguinte.

Um atraso no trajeto ocorreu no dia 11 de janeiro, por conta do mau tempo, e não só pelo fato de a neve ter tornado o transporte algo mais difícil. Segundo dois tweets do dono da Challenger Motor Freight, Frank DeVries, eles tiveram que “garantir que equipes de limpeza e médicos tivessem acesso irrestrito a todas as estradas”.

Esse tipo de viagem seria normalmente feito no verão, quando o tempo é mais previsível, mas de acordo com o The Toronto Star, a Molson queria 20% da capacidade naquele momento para ter cerveja suficiente para a “patio season” (época do ano em que o clima incentiva o aproveitamento de áreas externas das cidades canadenses para comer e encher a cara).

Depois de lentos 11 dias transportando as cervejas numa velocidade média de 4,8 quilômetros por dia, os gigantescos tanques finalmente chegaram intactos no dia 17 de janeiro. DeVries considerou o transporte um sucesso, apesar da baixa velocidade, dizendo ao The Toronto Star que “nada foi danificado e ninguém ficou ferido”.

A Molson, agora, está dando um jeito para instalar os tanques.

“Nós conseguiremos instalá-los e começar a produção de cerveja no verão, e convidamos a cidade de Toronto para tomar um copo de cerveja”, disse Cathy Noonan, porta-voz da Molson Coors.

Imagens (c) JW Vraets e Louis Tam, usadas com permissão, todos os direitos reservados. Fotos adicionais JBD Photos CC 2.0

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas