Mesmo em deterioração, o telescópio espacial Kepler se recusa a morrer

Recusando-se a aceitar seu fim tranquilamente, o telescópio espacial Kepler está mais uma vez coletando dados científicos — apesar de um propulsor defeituoso e de níveis dolorosamente baixos de combustível. • Novo relatório do Congresso dos EUA pede que NASA intensifique a busca por exoplanetas e alienígenas • Planeta ou estrela? De um jeito ou de […]

Recusando-se a aceitar seu fim tranquilamente, o telescópio espacial Kepler está mais uma vez coletando dados científicos — apesar de um propulsor defeituoso e de níveis dolorosamente baixos de combustível.

• Novo relatório do Congresso dos EUA pede que NASA intensifique a busca por exoplanetas e alienígenas
• Planeta ou estrela? De um jeito ou de outro, este objeto interestelar é bem esquisito

Considerando que o telescópio de US$ 600 milhões está há algum tempo dando seus últimos suspiros, este breve relatório publicado nesta quarta-feira (5) pela NASA vem como uma surpresa bastante agradável:

A sonda Kepler começou a coletar dados científicos em 29 de agosto para sua 19ª campanha de observação. Depois de ser despertada do modo de hibernação, a configuração da espaçonave foi modificada devido a um comportamento incomum exibido por um dos propulsores. Indicações preliminares são de que o desempenho de apontamento do telescópio pode estar um pouco degradado. Ainda não está claro quanto combustível resta; a NASA continua monitorando a saúde e o desempenho da espaçonave.

Incrível. Depois de nove anos de serviço ativo, uma experiência de quase morte em 2013 e 2.327 exoplanetas confirmados, o Kepler continua trabalhando.

Em 24 de agosto, o telescópio foi colocado em modo de hibernação após uma queda anômala na pressão do combustível — mas não sem antes transmitir dados coletados durante a 18ª campanha da fase K2 de sua missão. Quando a espaçonave hibernou (pela segunda vez em dois meses) e possivelmente esperou por sua morte, os controladores da missão monitoraram cuidadosamente a saúde do Kepler, tentando descobrir se o telescópio poderia participar de outra pesquisa e, em caso positivo, quais funções ainda poderiam estar disponíveis.

Acontece que ainda há um pouco de vida nesse pequeno lutador, com ele tendo retornado à ativa em 29 de agosto — embora com algumas limitações. Aparentemente, não há nada de errado com o telescópio, além do baixo nível de combustível e de um problema com um dos seus oito propulsores. Ah, e o fato de que, desde 2013, ele só conseguiu usar duas de suas quatro rodas de controle de reação, que utiliza para manter a orientação.

Versão de um artista para o Kepler. Imagem: NASA

“Um dos oito propulsores havia mostrado desempenho não confiável, mas a equipe estimou que simplesmente remover o propulsor de uso durante disparos de precisão de apontamento pode resultar em um desempenho aceitável do sistema”, disse Alison Hawkes, porta-voz do Ames Research Center, da NASA, ao SpaceNews. “Como resultado, as mudanças foram feitas, e a Campanha 19 foi, por assim dizer, iniciada já em andamento.”

A causa do propulsor defeituoso é desconhecida, mas o combustível baixo pode ter algo a ver com isso. A NASA não sabe, realmente. Porém, se outros propulsores começarem a falhar, é um bom sinal de que o combustível baixo tem algo a ver com isso.

Com um dos oito propulsores desligados, o Kepler está agora menos estável contra a pressão solar, tornando o desempenho de precisão de apontamento do telescópio um pouco menos… preciso. A NASA não saberá se o Kepler está fazendo observações de qualquer qualidade até que os dados sejam transmitidos de volta à Terra, o que deve acontecer em alguns meses. A menos que, claro, o Kepler fique sem combustível, finalmente terminando a missão que começou em 2009. Infelizmente, o telescópio não vem com um medidor que indique o nível de abastecimento, então é meio que um jogo de adivinhação.

O fim da era Kepler é triste, sem dúvida, mas o Transition Exoplanet Survey Satellite (TESS), da NASA, iniciou suas operações em 25 de julho de 2018. A busca por exoplanetas distantes está apenas começando.

[NASA, SpaceNews]

Imagem do topo: NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech

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