É melhor tomar mais cuidado com o Kickstarter daqui para a frente

O crowdfunding pode ser uma ferramenta sensacional para viabilizar projetos ambiciosos, como o Oculus Rift e o smartwatch Pebble. Mas essa também é uma plataforma para projetos impossíveis e promessas não-cumpridas. O Kickstarter era um dos poucos locais que ainda tinha um processo de aprovação por humanos antes de publicar a campanha, e antes que […]

O crowdfunding pode ser uma ferramenta sensacional para viabilizar projetos ambiciosos, como o Oculus Rift e o smartwatch Pebble. Mas essa também é uma plataforma para projetos impossíveis e promessas não-cumpridas.

O Kickstarter era um dos poucos locais que ainda tinha um processo de aprovação por humanos antes de publicar a campanha, e antes que os usuários pudessem gastar dinheiro nela. Ainda assim, isso não evitava projetos malfadados. Mas agora, na maioria dos projetos, o Kickstarter resolveu substituir a avaliação de humanos por um algoritmo – nesses casos, é só publicar e pronto.

O “Launch Now” depende de um algoritmo e não vale para todo mundo, como explica o Kickstarter:

O recurso usa um algoritmo que incorpora milhares de pontos de dados para verificar se um projeto está pronto para ser lançado – coisas como a descrição do projeto, as recompensas, a meta de financiamento, e se o criador já lançou um projeto antes.

Se o projeto se qualificar para o Launch Now, o criador pode publicá-lo quando quiser… Se um projeto não se qualificar para o Launch Now, o criador terá que compartilhar o projeto com a gente para uma revisão antes que ele possa ser lançado.

O novo recurso está disponível para 60% dos projetos, e será expandido para mais outros “nas próximas semanas”.

Como nota o The Verge, isso pode ser uma resposta ao crescimento do Indiegogo, que possui regras mais frouxas para projetos: basta que ele não seja ilegal nem perigoso.

Então o Kickstarter fez o mesmo: agora, as únicas campanhas proibidas são as que promovem “qualquer coisa ilegal, fortemente regulamentada, ou potencialmente perigosa”. O restante está valendo, desde que os criadores “sejam honestos sobre o que estão fazendo”.

O processo de aprovação humana do Kickstarter não é exatamente completo, mas parece que ele será gradualmente substituído por “um algoritmo sofisticado que desenvolvemos ao longo dos anos”, para o serviço crescer à vontade.

Resta ver como isso afetará a qualidade do crowdfunding. O Indiegogo vem sofrendo com projetos que recebem uma montanha de dinheiro, mas parecem não ser reais – caso do Healbe GoBe, uma pulseira que promete medir as calorias da comida que você ingere. (Médicos e especialistas dizem que isso não é possível, e a empresa vem se complicando ao explicar como o produto funciona.)

Felizmente, uma das principais características do Kickstarter permanece: o criador do projeto só recebe o dinheiro se atingir a meta de arrecadação; senão, nada feito. No Indiegogo, há o financiamento “flexível”: mesmo que um projeto não atinja a meta, seu criador pode levar o dinheiro. Mas com a nova política do Kickstarter, é melhor ficar de olho: se a meta for atingida e o projeto for um fiasco, sua grana pode ir embora de vez.

Até hoje, foram doados US$ 1,15 bilhão via Kickstarter, dos quais US$ 982 milhões foram direcionados a 63 mil projetos que atingiram o objetivo de arrecadação. [Kickstarter Blog via The Verge]

Atualizado às 14h37

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