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Lagoa da Patagônia fica cor-de-rosa após o despejo de substância química

A cor foi causada pelo sulfito de sódio, um produto antibacteriano usado usado na preservação de camarões para exportação.

Imagem: Daniel Feldman/AFP

A lagoa de Corfo, localizada ao sul da Patagônia, na Argentina, ficou cor-de-rosa na semana passada e permaneceu assim até o último domingo (25). No entanto, apesar da cor brilhante, as causas não são animadoras.

Segundo dados do portal Sciencealert, isso foi causado pela poluição, mais especificamente, pelo sulfito de sódio, um produto antibacteriano usado usado na preservação de camarões para exportação. Os resíduos dessas indústrias são responsáveis por contaminar o rio Chubut, que alimenta a lagoa de Corfo e outros mananciais da região.

O ativista ambiental Pablo Lada disse à agência de notícias AFP que a culpa é do governo: “aqueles que deveriam estar no controle são os que autorizam o envenenamento de pessoas.” Por sua vez, o engenheiro ambiental e virologista Federico Restrepo contou que o componente químico está nos restos de peixes, que por lei devem ser tratados antes de serem despejados.

A lagoa não é usada para fins de recreação ou pesca, por isso recebe o escoamento do Parque Industrial de Trelew. Há muito que os moradores locais se queixam dos odores desagradáveis e de problemas como a proliferação de insetos — o que mostra que essa não é a primeira vez que isso acontece.

“A cor avermelhada não causa danos e desaparecerá em alguns dias”, disse o chefe de controle ambiental da província de Chubut, Juan Micheloud, na semana passada. Porém, o secretário de planejamento da cidade de Trelew, Sebastian de la Vallina, discordou:”Não é possível minimizar algo tão sério.”

Ainda que os peixes para exportação gerem milhares de empregos para a província de Chubut, onde vivem cerca de 600 mil pessoas, é preciso ressaltar que toda essa poluição tem impactos negativos para a população e para o meio ambiente. “O beneficiamento do pescado gera trabalho … é verdade. Mas são empresas que ganham muitos milhões de dólares e não querem pagar frete para levar os resíduos a uma estação de tratamento que já existe em Puerto Madryn, ou construir uma mais perto”, disse Lada.

[Science Alert]

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