
Latam anuncia aviões com “pele de tubarão”; veja para que serve
A Latam se tornou a primeira companhia aérea da América Latina a usar o Aeroshark em seus aviões, uma tecnologia inspirada em pele de tubarão para tornar os voos mais eficientes.
Inicialmente, a Latam anunciou o uso da tecnologia em seus aviões em dezembro de 2023, quando equipou seu primeiro avião, o Boeing 777-300ER. Quem desenvolve a Aeroshark para a Latam é a Lufthansa Technik, subsidiária de engenharia da principal companhia aérea alemã, em parceria com a Basf, maior produtora química do mundo.
Desse modo, a pele de tubarão dos aviões da Latam é um adesivo com riblets, microestruturas que emulam as ranhuras das peles de tubarões. Os riblets são responsáveis por melhorar a aerodinâmica da aeronave ao reduzir a resistência ao ar, economizando combustível e reduzindo emissões de CO2.
A “pele de tubarão” nos aviões da Latam é uma solução que se baseia na ciência que imita a natureza para resolver problemas técnicos: a biomimética.
Como funciona a instalação da pele de tubarão nos aviões da Latam
O Aeroshark foi implementado pela primeira vez em 2022, no Boeing 777F da Lufthansa Cargo, após mais de 1.500 horas de testes e certificação de autoridades.
O processo de instalação do Aeroshark começa com uma rigorosa limpeza das superfícies externas da fuselagem e dos motores. Técnicos da Lufthansa usam fitas adesivas para orientação do local onde ocorrerá a instalação do Aeroshark.
Após a colagem e remoção de excessos, os técnicos selam os locais com verniz, garantindo a eficiência da tecnologia. Todo esse processo dura cerca de 24 dias e o Aeroshark acrescenta 150 quilos no peso do avião.
Veja:
Em outubro de 2024, a Latam anunciou a instalação da “pele de tubarão” em cinco aviões Boeing 777, aeronaves de grande porte da companhia. Portanto, o peso adicional do Aeroshark é irrelevante, que, segundo a Latam, pode reduzir o consumo de combustível em até 1%.
Embora o número pareça modesto, a redução reduz significativamente o consumo de combustível em larga escala. De acordo com a Latam, a tecnologia representa uma redução de duas mil toneladas de querosene em seus aviões.
Além disso, o Aeroshark reduz as emissões de CO2 em seis mil toneladas por ano. O número corresponde ao impacto ambiental de 28 voos entre São Paulo e Miami.
“Nossa estratégia de modernização da frota é um pilar fundamental do nosso compromisso com a sustentabilidade e nossa visão de alcançar emissões líquidas zero até 2050. Continuamos focados na inovação e na adoção de tecnologias de ponta, garantindo que nossa frota evolua em linha com nossos objetivos ambientais”, afirma Sebastián Acuto, diretor de Frota e Projetos da Latam.
Segundo Acuto, o uso de pele de tubarão nos aviões da Latam é mais um passo rumo aos quatro objetivos de descarbonização da companhia.