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Governo corta projetos de energia limpa por economia minúscula

O governo brasileiro economizou pouco mais de R$ 100 milhões no primeiro leilão para… cancelar contratos de energia limpa? Talvez possa soar estranho, mas você não leu errado: foi o primeiro leilão para devolver projetos no país. Voltado para descontratar projetos de energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) cancelou nesta semana a capacidade […]

O governo brasileiro economizou pouco mais de R$ 100 milhões no primeiro leilão para… cancelar contratos de energia limpa? Talvez possa soar estranho, mas você não leu errado: foi o primeiro leilão para devolver projetos no país.

Voltado para descontratar projetos de energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) cancelou nesta semana a capacidade de gerar 183,2 MW médios por meio de 25 projetos — 16 de energia eólica e nove solar. Os “ganhadores” terão os contratos rescindidos e não poderão participar dos próximos leilões de energia por dois anos. O país, por sua vez, economizará 105,9 milhões.

A razão para o leilão de cancelamentos, segundo o Ministério de Minas e Energia foi devido aos otimistas planos de crescimento econômico do governo durante o começo do ano, que vem com o que ministérios fechasse mais contratos do que precisasse – segundo informações da Época, uma avaliação inicial julgou que os projetos gerariam 8.000 MW em excesso.

O Brasil é o 9º país do mundo que mais gera energia eólica, ultrapassando a Itália e com uma capacidade acumulada de 12GW, segundo informações da EBC. A energia proveniente dos ventos é responsável também por mais de 60% do abastecimento elétrico do Nordeste — que há quase 10 anos dependia quase que exclusivamente de fontes hidrelétricas.

O governo cancelou o leilão original em dezembro do ano passado e anunciou um novo, voltado para energia de reserva, em fevereiro e ele incluiria diferentes fontes de energia, inclusive as renováveis.  — produtoras de energia eólica e solar não assinavam novos contratos de longo prazo com o governo desde o final de 2015, segundo informações do UOL.

Na época, o secretário de planejamento e desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia, Eduardo Azevedo, afirmava que era necessário reavaliar a sobra de energia no país pois ela não era “tão grande quanto a que foi anunciada”. O secretário afirmava também que, com o leilão, preservaria o setor de energias renováveis do país.

No auge das mudanças climáticas, fontes de energia renováveis, baratas e limpas  não são apenas necessárias, são essenciais. Mas, ironicamente (ou não), apenas de ter cancelado diversas fontes de energia limpa, o governo não cancelou nenhum contrato de hidrelétricas, termelétricas ou energias poluentes que tiveram participação no leilão.

Imagem de topo: Eduardo Fonseca/Flickr

[Época, G1]

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